O reinado de Kopa - Part.I

Avisos iniciais - Demorou, mas enfim, aqui estou. Receio que as postagens não vão ser tão frequentes como antes, mas farei o meu melhor. Queria agradecer, de todo meu coração, às pessoas que me deram apoio. Significou demais pra mim, eu até chorei lendo tudo. Vocês são demais, obrigada por estarem aqui.
Capítulo razoavelmente grande.
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       Os dias foram passando, todos exatamente iguais para os ansiosos filhotes. Já haviam explorado e brincado em cada parte do reino, logo, qualquer lugar se tornava incrivelmente entediante. As lições de Rakharo continuavam adiadas até Kopa decidir como lidar com Nuka, o que deixava o jovem príncipe um pouco zangado.
       - Não precisa ficar assim, querido. - Tyene lambeu a cabeça do filhote - Logo seu pai vai ter tempo pra você.
       - E para você, mamãe? Porque o papai fica tão pouco com você?
       - Seu pai tem muitas responsabilidades...
       - Eu sei, mas ele arranja tempo para mim, mesmo que seja pouco. Vocês ficam pouquíssimo tempo juntos, porque?
       - É complicado explicar.
       - Porque eu sou filhote?
       - Rakharo, vá brincar com seus amigos, mamãe está cansada hoje.
      Tyene não sabia ao certo como contar para ele. Rakharo tinha uma personalidade forte, assim como Simba. Tinha medo que eles tivessem a mesma opinião a respeito de Kopa.
      - Já sabem o que fazer hoje? - Ashara bocejou.
      - Que tal o olho d'água? - Selene sugeriu.
      - Já fomos lá mais de 15 vezes. - Sheba bufou.
      - Podíamos ir em um lugar mais divertido. - Ashara revirou os olhos.
      - Que lugar você sugere? - Rakharo se aproximou dos primos.
      - Minha mãe me contou sobre um lugar na fronteira norte, o Cemitério de Elefantes. - Ashara disse.

      - Nem pensar! - Selene protestou - Nossos pais sempre dizem para ficarmos longe daquele lugar.
      - E você é um gatinho assustado que faz tudo que seu papai diz? - Ashara caçoou.
      - Pare com isso, Ashara! - Bran a repreendeu - Selene está certa. Se nossos pais dizem para não ir lá, é porque existe uma boa razão.
      - Pff, vocês são quase tão chatos como eles. Eu vou sozinha então.
      - Eu vou contar para a mamãe! - Bran deu um passo a frente.
      - Claro, vai nessa, mas espere pelo menos uma hora. Quero me divertir.
      - Eu vou com você. - Rakharo se colocou ao lado de Ashara.
      - Oh, não! - Ela colocou a pata na cabeça, fazendo uma pose dramática - Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com o nosso príncipe! Vossa alteza, eu lhe imploro, fique em segurança!
      Rakharo a empurrou. Os dois seguiram caminho até o cinzento e medonho cemitério de elefantes. Não havia nada demais naquele lugar, apenas várias pilhas de ossos e esqueletos gigantes.
     - Entediante, assim como todo o resto. - Ashara lamentou.
     - Há barulhos vindos do centro do cemitério. - Rakharo disse.
     - E você está com medinho? - Ashara riu.
     - Pare de ser tonta, Ashara!
     - Certo, certo! Eu vou lá ver. Fique aqui, eu já volto.
     Rakharo ficou sozinho, encarando o lugar. Uma névoa estranha estava por toda parte e não dava para ver quase nada que estivesse um pouco distante. De repente, algo o pegou.
     - EI! O QUE... QUEM É VOCÊ?! - Rakharo rosnou.
     - Ah... Eu achei que fosse um filhote de hiena. - a filhote abaixou as orelhas.
     - Está me chamando de hiena?!
     - Como você pode ter notado, eu usei a palavra achei, logo, não disse que você é uma hiena. Não tenho culpa se você é quase tão fácil de derrubar quanto uma hiena filhote.

    - Haha, muito engraçado. - Rakharo empurrou a filhote - Eu sou o príncipe, devia me tratar com mais respeito!
    - Príncipe? Faz-me rir. Está nas minhas terras e eu sou a princesa. Pelo que vejo, você está em desvantagem.
    - Suas terras?! Estas terras são do meu pai!
    - O cemitério de elefantes não pertence a Pride Lands, se é isso que quer dizer. Mas se está insinuando isso, deve ser Rakharo, o príncipe metidinho.
    - E você? Quem é?
    - Nymeria, verdadeira princesa de Pride Lands.
    - Eu sou o verdadeiro príncipe!
    - É mesmo? E o que me impede de te entregar pro meu pai agora? Ele está aqui também, e se eu te entregar pra ele, será o seu fim.
    - Você não fará isso. Meu pai disse que Nuka é um leão mau, mas você parece ser legal, bem mais divertida e inteligente que todos os meus primos.
    - Aposto que você não tem nem metade da inteligência deles. - Nymeria caçoou.
    - E você acertou. - Ashara voltou e com uma expressão não muito feliz.
    - Essa é minha prima, Ashara.
    - Um prazer imenso. - Nymeria disse, irônica.
    - Gostaria de dizer o mesmo. Vamos pra casa, Rakharo.
    - Mas eu estou conversando com a Nymeria.
    - Então limpa a baba, tá escorrendo. - Ashara empurrou o primo - Vamos logo antes que escureça.
    - Nymeria! Onde você está? O pai tá te procurando! - uma voz ia se aproximando.
    - É o meu irmão mais novo, ele com certeza vai te entregar. Saiam logo, e da próxima vez que nos encontrarmos, fiquem cientes que não serei tão piedosa!
    Nymeria correu em direção a voz enquanto Ashara correu para a saída, seguira por Rakharo, que não parava de olhar para trás. Ao voltarem para Pride Lands, alguém já os esperava, não muito contente.

    - Ahn...oi papai... está na hora das minhas lições? - Rakharo arriscou uma piada.
    - Você tá achando graça?! Você pôs em perigo sua vida e da sua prima!! - Kopa estava furioso.
    - Me desculpa. - o filhote abaixou as orelhas.
    - Ashara, vá pra casa, sua mãe está preocupada. - Kopa disse, zangado.
    Depois que Ashara foi embora, Kopa chamou o filho para um local mais afastado dali.
    - Porque o senhor só brigou comigo? Porque não brigou com a Ashara também?!
    - Ashara é a princesa herdeira de Pride Lands? Ela é uma filhote comum, mas você é o príncipe, educado para ser mais responsável que os outros! Mas sua prima tem uma ideia ridícula e ao invés de você usar a razão e lhe dizer que não é uma boa ideia, você a acompanha! Fiquei sabendo há poucos minutos que Nuka estava reunindo leoas e hienas lá e ao mesmo tempo também soube que era onde meu único filho estava! - Kopa não falava tão zangado, havia mais decepção em sua voz do que raiva.
    - Me desculpe, pai. Eu estava errado. - Rakharo abaixou as orelhas.
    - Tudo bem, filhote. - Kopa lambeu a cabeça do filho - O que importa é que você está bem e aprendeu a lição.
    - Posso perguntar uma coisa?
    - Claro, filho.
    - Você não ama mais a mamãe?
    - O que?
    - Bem, é que o tio Edric e a tia Vitani estão sempre juntos. Tio Kovu e tia Nala estão sozinhos mas acho que ficariam com quem eles amavam se pudessem. Você raramente fica com a mamãe.
    - É complicado te explicar isso.
    - Mamãe disse a mesma coisa...
    Kopa explicou para Rakharo tudo sobre a complicada relação que ele tinha com Tyene e Kovu. Rakharo ficou calado por um tempo, mas logo perguntou:
    - Meu avô não pode mais intervir. Porque o senhor não fica com o tio Kovu?
    - O reino. Eles irão me achar fraco e "sujo" por isso. Por isso eu escondo. Sua mãe é a leoa mais maravilhosa que já conheci, me ajudou tanto e me deu você, Rakh. Devo muito a ela.
    - Acha que um dia o senhor vai poder ficar com o tio Kovu.
    - Um dia... um dia, talvez.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...