Avisos iniciais - Hey! Pessoal, a MiihSilva começou um blog, vamos dar um apoio e visitar ^^
https://tlkkelly.blogspot.com.br/
Esse capítulo é meio meloso, então não sei se vocês vão gostar.
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Nidra quase não dormiu, principalmente porque Tharena continuava furiosa pelo ocorrido. A leoa andava de um lado pro outro amaldiçoando o rei Thoros e repelindo qualquer um que tentasse ajudar.
- Você tem que parar com isso. - Nidra bocejou - Não tá deixando ninguém dormir.
- É só dormir, oras! - Tharena rosnou.
- Com você histérica desse jeito, não tem como! Você até resmunga quando finalmente consegue cochilar e depois levanta pra reclamar!
- Até parece que foi tudo isso!
- Tharena, você desejou que ele fosse levado pela enchente. - Haki abriu um dos olhos.
- Desejo mesmo! Desejo muito mais!
- Ah, não dá. Fica ai resmungando, o sol já ta nascendo então eu vou me mandar. - Nidra se levantou.
- Onde você vai, minha estrela? - Haki ergueu a cabeça.
- Dormir em outro lugar. Nem pense em me acompanhar, quero ficar sozinha.
Haki bufou e voltou a fechar os olhos
Do lado de fora da caverna, Nidra encontrou Booh. A leoa olhava fixamente pelo horizonte, como se aguardasse algo.
- Você também fugiu do furacão Tharena? - Nidra se aproximou.
- Na verdade não. - ela sorriu - Estou esperando por alguém.
- Ora, ora! E quem seria?
- Promete não dizer nada?
- E por acaso eu sou de falar com alguém?
- Eu falo todos os dias com um mensageiro de um reino próximo. Ele vem em nome do rei, que é um leão albino também. O mensageiro diz que ele procura uma leoa albina para continuar a linhagem e depois de muita procura ele encontrou a mim.
- Isso é fantástico, Booh! Já o viu?
- Ainda não, só falo com o mensageiro. Acho que ele quer ver mesmo se sou uma boa leoa.
- Como ele se chama?
- Não sei. Ele é conhecido como Príncipe Branco.
- Intrigante... Bem, boa sorte com a conversa, eu tenho que achar um lugar pra dormir.
Nidra foi até as ruínas na floresta, era o único lugar onde ela sabia que não seria incomodada e em breve Nillmer viria para eles conversarem.
No Rochedo, o jovem príncipe teve que se esgueirar para não ser visto por ninguém. Ele acabou encontrando Enéias, que já estava acordado.
- Que isso? Parece que tá fugindo de alguém!
- Shh! Eu tô fugindo!
- Hã? Mas de quem?
- Celeste! Ela queria conversar comigo a noite toda mas eu inventei que estava com sono. Hoje de manhã eu fui até o topo do Rochedo e quando voltei pra caverna ela tava perguntando de mim pro meu pai! Isso só pode ser um pesadelo!
- Então acho melhor se apressar, ouvi a voz dela por perto.
- Sério?!
- É brincadeira, cara! - Enéias riu - Se não quer casar com ela porque simplesmente não diz pro seu pai?
- Não é assim que funciona. Enfim, vou indo.
Nillmer correu para a floresta o mais rápido que podia. Chegando lá ele encontrou Nidra dormindo e a observou por alguns segundos antes que a leoa abrisse um dos olhos.
- Você não é nada discreto, sabia?
- Desculpe, não sou treinado todos os dias.
- Isso é certo. Vim pra cá mais cedo porque a Tharena deu piti a noite toda e eu não consegui dormir.
- Eu tive que dormir o mais rápido senão a princesinha não ia me deixar em paz.
- Princesinha?
- Meu pai arrumou uma princesa pra casar comigo.
Nidra ergueu a cabeça.
- Você vai casar?!
- Não! Pelo menos não se eu puder impedir!
- Ah... Bem, você devia era se casar logo. Talvez a princesa seja legal.
- Eu sei que não é isso que você quer dizer.
- Quer que eu diga o que?
- Que você iria detestar se eu me casasse com alguém que não fosse você.
- Está delirando?
- Quanto tempo mais você vai manter esse teatro?
- Eu preciso! Entendeu? Você é um príncipe!
- E você é uma princesa! Nidra, se você voltasse pro seu pai nós poderíamos ficar juntos! Nossos pais são amigos, certamente meu pai iria mudar de ideia sobre a Celeste!
- Tharena me odiaria pelo resto da vida, e eu devo a minha vida à ela. Além do mais, eu estou com o Haki...
- Você não gosta dele!
- Eu não tenho escolha! Ele me deu uma patada por eu sugerir um término, o que acha que ele vai fazer quando eu terminar?
- Então aquele corte foi ele? - Nillmer rugiu - Eu vou mata-lo!
- Não, não vai. Você é gentil e doce, jamais faria uma coisa dessas. Mas eu farei, um dia.
- Devo aceitar como um elogio?
- Claro. Qualquer leoa iria querer você.
- Mas a leoa que eu quero não me quer.
- Eu quero você, mais do que tudo, mais que qualquer coisa! Mas eu não posso! Eu to presa à um futuro líder ciumento e vingativo e você está preso à uma princesa! Ela deve ser linda, porque você iria gostar de mim?
- Eu amo você. Se eu tiver que enfrentar esse babaca do Haki, que seja. Se eu tiver que mandar a Celeste embora, que seja. Mesmo se eu tiver que renunciar tudo e todos, que seja. Eu quero você, Nidra.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO ❤❤❤
sábado, 29 de abril de 2017
sexta-feira, 28 de abril de 2017
The Kingdom - Part.X
Avisos iniciais - Ei pessoal, a partir de agora talvez os capítulos demorem mais pra sair. Eu comecei a fazer um cursinho e consegui sair daquela faculdade! Estou muito feliz com a minha situação atual e agora preciso me empenhar e correr atrás do conteúdo perdido, espero que entendam ;u;
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Nillmer correu para a floresta depois que seu pai e Thoros sumiram no horizonte. Aquela situação era muito confusa para ele, imaginava como Nidra estaria se sentindo. Esperava que ela contasse o que estava acontecendo, da última vez que se viram, ela disse para nunca mais se encontrarem novamente, mas ele tinha certeza de que ela havia ido para a floresta, o lugar deles.
- Sabia que você viria pra cá. - ele se sentou ao lado da leoa.
- Chegou a essa conclusão sozinho?
- Grossa como sempre...
- Me desculpa. - ela suspirou - Não devo descontar em você.
- Mas pode me contar o que está acontecendo e desabafar.
- Não sei, acho que não.
- Qual é, você se esquiva desse assunto há muito tempo! Agora eu sei quem é seu pai mas não sei o que aconteceu, me ajude a te ajudar.
- Tá bem, mas não é uma história divertida.
- Eu não imaginei que seria.
- Tudo começou bem longe daqui...
"Minha mãe era uma leoa comum de um reino bem distante daqui, e o meu pai... bem, como você deve ter visto, era da família real, o futuro-rei. Meu pai tinha um... problema... em ter filhotes, sabe? Ninguém sabia como "cura-lo", ninguém ao menos sabia se isso era normal."
- Mas então como você e a Tharena nasceram?!
- Eu tava chegando nesse ponto!
"Já que meu pai tinha esse problema que todos achavam ser apenas questão de tempo até ser curado, ele podia namorar a leoa que quisesse. E um dia, minha mãe foi o alvo de sua 'conversinha'."
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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Nillmer correu para a floresta depois que seu pai e Thoros sumiram no horizonte. Aquela situação era muito confusa para ele, imaginava como Nidra estaria se sentindo. Esperava que ela contasse o que estava acontecendo, da última vez que se viram, ela disse para nunca mais se encontrarem novamente, mas ele tinha certeza de que ela havia ido para a floresta, o lugar deles.
- Sabia que você viria pra cá. - ele se sentou ao lado da leoa.
- Chegou a essa conclusão sozinho?
- Grossa como sempre...
- Me desculpa. - ela suspirou - Não devo descontar em você.
- Mas pode me contar o que está acontecendo e desabafar.
- Não sei, acho que não.
- Qual é, você se esquiva desse assunto há muito tempo! Agora eu sei quem é seu pai mas não sei o que aconteceu, me ajude a te ajudar.
- Tá bem, mas não é uma história divertida.
- Eu não imaginei que seria.
- Tudo começou bem longe daqui...
"Minha mãe era uma leoa comum de um reino bem distante daqui, e o meu pai... bem, como você deve ter visto, era da família real, o futuro-rei. Meu pai tinha um... problema... em ter filhotes, sabe? Ninguém sabia como "cura-lo", ninguém ao menos sabia se isso era normal."
- Mas então como você e a Tharena nasceram?!
- Eu tava chegando nesse ponto!
"Já que meu pai tinha esse problema que todos achavam ser apenas questão de tempo até ser curado, ele podia namorar a leoa que quisesse. E um dia, minha mãe foi o alvo de sua 'conversinha'."
"Depois de um tempo, minha mãe teve a Tharena. Ela estava muito feliz por ter tido um filhote, mas meu pai estava mais fascinado por conseguir ter um filhote. Ele escondeu minha mãe das outras leoas. Eu acho que ele realmente gostava dela,,,"
- Mas então como tudo isso aconteceu com vocês?
- Tudo desandou depois de um tempo...
"Minha mãe ficou grávida novamente, de mim. Meu pai contou ao pai dele, o rei. Esse rei ficou feliz, achando que seu filho estava curado. Ele expulsou minha mãe e a Tharena, disse que ela jamais poderia ser rainha sendo uma leoa comum, e agora que meu pai estava 'curado', ele se casaria com uma leoa apropriada e teria filhotes com ela".
- Isso é ridículo! As coisas não são assim!
- São, Nillmer. Se você fosse filho de uma leoa comum com seu pai, nunca seria rei. A história termina com minha mãe fugindo pra cá, contando tudo que aconteceu pra Tharena e depois morrendo ao dar a luz.
- Seu pai não fez nada pra impedir o exílio da sua mãe e da sua irmã?
- Não... pelo menos não que eu saiba...
- Nidra, você é uma princesa! A Tharena é a futura rainha, vocês não precisam mais viver na província, podem ter uma vida melhor!
- Tharena odeia meu pai. Ela sofreu muito pra me criar e ela coloca a culpa disso tudo nele. Ela não vai aceitar qualquer tipo de ajuda do leão que a abandonou e a fez passar um verdadeiro inferno.
- É uma pena. Espero que com o tempo ela mude de ideia.
- Talvez, mas tenho que ir agora. Tenho um parceiro ciumento à minha espera e uma irmã histérica pra acalmar.
- Podemos nos encontrar de novo? Amanhã?
- Já que você insiste. Aqui, amanhã, mesmo horário. Tchau, principezinho.
Nillmer voltou pra casa com um sorriso imenso no rosto. Ver Nidra o fazia se sentir bem, mais feliz. Seria isso amor? Se fosse, as coisas estavam praticamente resolvidas, afinal, Nidra era uma princesa. Ele não se importava com isso, mas todos que o cercavam se importavam. Todo o trajeto até o Rochedo ele fantasiou um mundo perfeito, onde sua mãe estava viva ou seu pai finalmente ficava com Nia, Tharena e Thoros se entendiam, Tarmak e Hasir haviam sumido e ele era o parceiro de Nidra ao invés de Haki.
No Rochedo, Nillmer percebeu uma pequena agitação. Seu pai falava animadamente, mas não havia motivos para isso sendo que Thoros havia falhado em reconquistar as filhas perdidas.
- Nillmer! Meu filho, venha até aqui!
- O que foi?
- Bem, você me disse que conhecia uma leoa da Província do Rio...
- Sim.
- Olhe, talvez você goste dela, mas já é um leão formado! Logo será rei e precisará de uma parceira à altura. Me entristece ter que fazer você largar a jovem leoa, mas isso é para o seu bem!
- O que? Do que está falando, pai?
- Recebi uma proposta irrecusável de um reino próximo e quero que conheça alguém...
Uma leoa entrou na caverna. Era bonita e todas as leoas por perto a observavam com atenção, os leões viravam a cabeça quando ela passava,
- Esta é Celeste, princesa de StarLands... E sua futura rainha.
- É um prazer te conhecer, Nillmer. - ela deu uma piscadinha.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
The Kingdom - Part.IX
Avisos iniciais - Eu ia escrever mais um capítulo antes desse, mas ele ia ficar pequeno e sem muito conteúdo. Resolvi pular para a melhor parte hehe XD
Capítulo meio grande!
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Os meses foram passando. Nillmer ainda voltava as vezes para a floresta, na esperança de Nidra aparecer por lá novamente, mas isso nunca aconteceu. A sua juba cresceu e ele se tornou um leão jovem e de acordo com todos que o conheciam, um rei promissor. Na província, Nidra cresceu também. Ela era forte, porém magra devido a falta de comida, mas isso não a impedia de ser feliz (quando Haki não estava por perto). Haki era o futuro líder, treinado constantemente por Hasir, seu péssimo tio. Cada dia ele se tornava mais rígido e vingativo.
Amanheceu no reino. Daian, como sempre, já estava de pé, no topo do Rochedo. O tempo havia passado, seu filho já era um leão e logo seria um rei. Daian precisava visitar as outras províncias em breve para encontrar uma leoa para seu filho, ou melhor ainda, uma princesa de algum reino por ali. Tarmak interrompeu seus pensamentos com uma notícia já esperada pelo rei:
- Meu rei, ele já está aqui. - o leão fez uma reverência.
- Ótimo! Chegou mais rápido do que eu esperava, mas está ótimo. Veremos o que posso fazer por ele.
Os dois desceram para a caverna principal onde um leão da idade de Daian estava sendo recebido por Nia.
- Meu grupo de caça parte em breve, senhor. Algum pedido em especial?
- Não há necessidade disso, minha bela leoa. Não ficarei por muito tempo. - ele deu um sorriso galante e Nia corou.
- Já chega de dar em cima de Nia. - Daian deu uma patada no ombro do leão e o abraçou - Há quanto tempo, Thoros.
- De fato, velho amigo. - Thoros retribuiu o abraço - Mudou bastante.
- Já não posso dizer o mesmo de você, cortejando cada leoa que encontra.
- Eu parei com esse costume, hoje sou apenas um gentil leão.
- E então, o que posso fazer por você?
- Minhas buscas finalmente tiveram resultado. Preciso que me leve à Província Não-Reclamada.
- Nossa... Tem certeza de que é lá?
- Absoluta. O informante me garantiu isso.
- Precisaremos de guardas. Lhe desejo boa sorte, senhor, não há nada por lá além da escória do reino. - Tarmak se aproximou.
- O que foi que eu lhe disse, Tarmak? Não quero ouvir nenhum insulto contra o povo da Província Não-Reclamada! - Nillmer se aproximou.
- Thoros, este é meu filho, Nillmer.
- Me parece ser um ótimo rapaz. Que seu reinado seja abençoado.
- Obrigado, senhor. Se me permite, gostaria de perguntar o que o senhor procura na província.
- "O que" não é o termo mais apropriado. O certo seria "quem" eu procuro.
- Você procura há muito tempo, meu amigo. - Daian colocou uma pata no ombro de Thoros - Vamos partir logo e acabar com essa espera.
Os leões partiram para a Província Não-Reclamada. Logo na entrada do Paredão, eles foram vistos por alguns leões que ficavam nas partes mais altas para ver quem se aproximava de seu território. Não demorou muito até que Hasir chegasse junto com Ghapo para recepcionar o rei e sua corte.
- Meu rei. - Hasir se curvou - Não esperávamos uma visita.
Isso era claro. Nillmer percebeu que havia uma correria na parte de dentro do Paredão, mas os outros que estavam com ele não pareciam perceber.
- Também não esperávamos vir para cá. Esse é o rei Thoros, de um reino um tanto próximo.
Hasir se curvou ao outro rei. "Como é falso. Será que ninguém mais percebe?", Nillmer pensou.
- Ele está procurando por alguém.- Daian começou.
- Talvez esteja ao meu alcance ajudar aos bondosos reis - Hasir disse.
- Uma leoa chamada Tharena. Eu acho que ela já é adulta hoje... e sua irmã, ou irmão. Eu não sei ao certo. - Thoros se aproximou.
"Tharena... Nidra! Ele está procurando pela Tharena e pela Nidra!" - Nillmer pensou. Seus pelos eriçaram. De alguma forma ele sabia que aquilo não iria acabar bem.
- Ah, o senhor busca por Tharena e a jovem Nidra. - Hasir sorriu - Ghapo, vá busca-las, não faça vossas majestades esperarem.
Depois de alguns minutos, o guepardo voltou com as duas leoas. Nillmer não conseguiu esconder um sorriso ao ver a antiga amiga, ela não havia mudado nem um pouco. Nidra estava surpresa ao rever Nillmer, mas conseguiu esboçar um sorriso discreto.
- Aqui estão elas, meu rei. - Hasir disse.
- Tharena! Minha Tharena! - Thoros abraçou Tharena - Não acredito! Você está enorme!
Tharena o encarou por alguns segundo até seu rosto ser tomado por uma expressão furiosa.
- VOCÊ! Fique longe de mim! - Tharena rugiu.
- Eu disse, um bando de selvagens... - Tarmak disse.
- Cale-se, Tarmak! - Nillmer rosnou.
- Tharena, quem é ele? O que está acontecendo? - Nidra perguntou.
- Lembra de mim, Thare? Sou eu, sei pai! Eu procurei você por muito tempo! E você, deve ser minha filha mais nova! Nidra, não é? Jhali foi embora quando estava grávida de você! Eu estou sem palavras!
- Papai...? - Nidra deu um passo à frente.
- Não! - Tharena se colocou na frente da irmã - Ele não é nosso pai! Lembre-se! Lembre-se do que ele fez!
- Tharena, por favor, não me julgue assim! - Thoros respondeu - Onde está Jhali? Ela irá me ouvir!
- Minha mãe morreu! Graças à você! - Tharena gritou, com lágrimas nos olhos - Foi tudo culpa sua! Tudo!
- Jhali... A minha Jhali morreu?! E-eu...
- Sente muito? Aposto que sim! - Tharena rosnou.
- Por favor, se você me escutar...
- Não queremos ouvir nada! Nunca precisamos da sua ajuda e não vai ser agora que iremos precisar!
Tharena correu de volta para sua casa. Thoros deu um passo a frente para tentar falar com Nidra, mas ela fugiu também, só que para uma direção diferente da irmã. Nillmer sabia para onde ela ia.
- Dê tempo à elas, meu amigo. É uma notícia difícil de ser absorvida no mesmo instante. - Daian tentou consolar Thoros.
- Espero que elas mudem de idéia... - Thoros estava cabisbaixo.
- Elas vão. Eu tenho certeza. Vamos voltar para o Rochedo, você ficará por lá até resolver esse problema.
- Pai... Eu... Posso ir até a Província do Rio? - Nillmer perguntou.
- O que vai fazer lá? - Daian perguntou.
- Eu... Ahn... Conheci uma leoa! Posso ir encontra-la?
- Oh, claro, filho! Volte antes do anoitecer.
Daian, Tarmak, Thoros e o resto dos guardas partiram. Nillmer esperou eles sairem de vista e correu para a floresta. Depois que todos se foram, Hasir sorriu para Ghapo.
- Temos aqui uma grande oportunidade, meu amigo. Não podemos deixar ela passar.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
Capítulo meio grande!
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Os meses foram passando. Nillmer ainda voltava as vezes para a floresta, na esperança de Nidra aparecer por lá novamente, mas isso nunca aconteceu. A sua juba cresceu e ele se tornou um leão jovem e de acordo com todos que o conheciam, um rei promissor. Na província, Nidra cresceu também. Ela era forte, porém magra devido a falta de comida, mas isso não a impedia de ser feliz (quando Haki não estava por perto). Haki era o futuro líder, treinado constantemente por Hasir, seu péssimo tio. Cada dia ele se tornava mais rígido e vingativo.
Amanheceu no reino. Daian, como sempre, já estava de pé, no topo do Rochedo. O tempo havia passado, seu filho já era um leão e logo seria um rei. Daian precisava visitar as outras províncias em breve para encontrar uma leoa para seu filho, ou melhor ainda, uma princesa de algum reino por ali. Tarmak interrompeu seus pensamentos com uma notícia já esperada pelo rei:
- Meu rei, ele já está aqui. - o leão fez uma reverência.
- Ótimo! Chegou mais rápido do que eu esperava, mas está ótimo. Veremos o que posso fazer por ele.
Os dois desceram para a caverna principal onde um leão da idade de Daian estava sendo recebido por Nia.
- Meu grupo de caça parte em breve, senhor. Algum pedido em especial?
- Não há necessidade disso, minha bela leoa. Não ficarei por muito tempo. - ele deu um sorriso galante e Nia corou.
- Já chega de dar em cima de Nia. - Daian deu uma patada no ombro do leão e o abraçou - Há quanto tempo, Thoros.
- De fato, velho amigo. - Thoros retribuiu o abraço - Mudou bastante.
- Já não posso dizer o mesmo de você, cortejando cada leoa que encontra.
- Eu parei com esse costume, hoje sou apenas um gentil leão.
- E então, o que posso fazer por você?
- Minhas buscas finalmente tiveram resultado. Preciso que me leve à Província Não-Reclamada.
- Nossa... Tem certeza de que é lá?
- Absoluta. O informante me garantiu isso.
- Precisaremos de guardas. Lhe desejo boa sorte, senhor, não há nada por lá além da escória do reino. - Tarmak se aproximou.
- O que foi que eu lhe disse, Tarmak? Não quero ouvir nenhum insulto contra o povo da Província Não-Reclamada! - Nillmer se aproximou.
- Thoros, este é meu filho, Nillmer.
- Me parece ser um ótimo rapaz. Que seu reinado seja abençoado.
- Obrigado, senhor. Se me permite, gostaria de perguntar o que o senhor procura na província.
- "O que" não é o termo mais apropriado. O certo seria "quem" eu procuro.
- Você procura há muito tempo, meu amigo. - Daian colocou uma pata no ombro de Thoros - Vamos partir logo e acabar com essa espera.
Os leões partiram para a Província Não-Reclamada. Logo na entrada do Paredão, eles foram vistos por alguns leões que ficavam nas partes mais altas para ver quem se aproximava de seu território. Não demorou muito até que Hasir chegasse junto com Ghapo para recepcionar o rei e sua corte.
- Meu rei. - Hasir se curvou - Não esperávamos uma visita.
Isso era claro. Nillmer percebeu que havia uma correria na parte de dentro do Paredão, mas os outros que estavam com ele não pareciam perceber.
- Também não esperávamos vir para cá. Esse é o rei Thoros, de um reino um tanto próximo.
Hasir se curvou ao outro rei. "Como é falso. Será que ninguém mais percebe?", Nillmer pensou.
- Ele está procurando por alguém.- Daian começou.
- Talvez esteja ao meu alcance ajudar aos bondosos reis - Hasir disse.
- Uma leoa chamada Tharena. Eu acho que ela já é adulta hoje... e sua irmã, ou irmão. Eu não sei ao certo. - Thoros se aproximou.
"Tharena... Nidra! Ele está procurando pela Tharena e pela Nidra!" - Nillmer pensou. Seus pelos eriçaram. De alguma forma ele sabia que aquilo não iria acabar bem.
- Ah, o senhor busca por Tharena e a jovem Nidra. - Hasir sorriu - Ghapo, vá busca-las, não faça vossas majestades esperarem.
Depois de alguns minutos, o guepardo voltou com as duas leoas. Nillmer não conseguiu esconder um sorriso ao ver a antiga amiga, ela não havia mudado nem um pouco. Nidra estava surpresa ao rever Nillmer, mas conseguiu esboçar um sorriso discreto.
- Aqui estão elas, meu rei. - Hasir disse.
- Tharena! Minha Tharena! - Thoros abraçou Tharena - Não acredito! Você está enorme!
Tharena o encarou por alguns segundo até seu rosto ser tomado por uma expressão furiosa.
- VOCÊ! Fique longe de mim! - Tharena rugiu.
- Eu disse, um bando de selvagens... - Tarmak disse.
- Cale-se, Tarmak! - Nillmer rosnou.
- Tharena, quem é ele? O que está acontecendo? - Nidra perguntou.
- Lembra de mim, Thare? Sou eu, sei pai! Eu procurei você por muito tempo! E você, deve ser minha filha mais nova! Nidra, não é? Jhali foi embora quando estava grávida de você! Eu estou sem palavras!
- Papai...? - Nidra deu um passo à frente.
- Não! - Tharena se colocou na frente da irmã - Ele não é nosso pai! Lembre-se! Lembre-se do que ele fez!
- Tharena, por favor, não me julgue assim! - Thoros respondeu - Onde está Jhali? Ela irá me ouvir!
- Minha mãe morreu! Graças à você! - Tharena gritou, com lágrimas nos olhos - Foi tudo culpa sua! Tudo!
- Jhali... A minha Jhali morreu?! E-eu...
- Sente muito? Aposto que sim! - Tharena rosnou.
- Por favor, se você me escutar...
- Não queremos ouvir nada! Nunca precisamos da sua ajuda e não vai ser agora que iremos precisar!
Tharena correu de volta para sua casa. Thoros deu um passo a frente para tentar falar com Nidra, mas ela fugiu também, só que para uma direção diferente da irmã. Nillmer sabia para onde ela ia.
- Dê tempo à elas, meu amigo. É uma notícia difícil de ser absorvida no mesmo instante. - Daian tentou consolar Thoros.
- Espero que elas mudem de idéia... - Thoros estava cabisbaixo.
- Elas vão. Eu tenho certeza. Vamos voltar para o Rochedo, você ficará por lá até resolver esse problema.
- Pai... Eu... Posso ir até a Província do Rio? - Nillmer perguntou.
- O que vai fazer lá? - Daian perguntou.
- Eu... Ahn... Conheci uma leoa! Posso ir encontra-la?
- Oh, claro, filho! Volte antes do anoitecer.
Daian, Tarmak, Thoros e o resto dos guardas partiram. Nillmer esperou eles sairem de vista e correu para a floresta. Depois que todos se foram, Hasir sorriu para Ghapo.
- Temos aqui uma grande oportunidade, meu amigo. Não podemos deixar ela passar.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
terça-feira, 25 de abril de 2017
The Kingdom - Part.VIII
Avisos iniciais - Eu não sei se mencionei isso antes, mas o Haki e a Booh são mais velhos que o Nillmer e a Nidra. Não sei especificar em idade de leões, mas em idade humana o Nillmer e a Nidra estão com uns 16 anos, enquanto o Haki e a Booh já tem uns 19.
Ignorem os fundos, tá bem? Eu não sei editar cenários, então onde o personagem aparece na imagem não é necessariamente onde ele tá na história.
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CONTINUAÇÃO...
- Fala logo, não pode ser tão ruim assim! - Nillmer sorriu.
Nidra abaixou as orelhas e desviou o olhar.
- Nillmer... Eu to namorando com o Haki.
O silêncio reinou por alguns segundos até Nillmer pensar em algo não-estúpido para se dizer.
- Isso é... Bom.
- Bom?
- É, quero dizer, bom que você tenha achado alguém especial pra você e tudo mais.
- E você? Conseguiu encontrar alguém?
- Ainda não, e não espero encontrar tão cedo.
- Me admira que seu pai ainda não tenha empurrado uma princesa pra você, já tem juba.
- Fico feliz que ele seja lento o bastante para não ter feito isso. Não quero nenhuma princesa.
- A filha de algum líder, talvez... Dizem que as leoas da Província Do Rio são as mais belas do reino.
- Minha mãe era de lá. Mas também não quero nenhuma filha de líder.
- Então... Você... Você gosta de...
- Que?! Não! Não é nada disso!
- Então o que é? Você não gosta de nada nem de ninguém?
- Até o momento, sim.
Nidra estreitou os olhos.
- Então tá.
- Quero dizer, gosto dos que são próximos a mim. Só isso.
- Não precisa se explicar. Você é um príncipe, não deve satisfações à uma leoa suja e nojenta como eu.
- Ah, Nidra! Que isso agora? O Haki andou fazendo sua cabeça durante esse tempo? Ele é estúpido!
- Que surpresa, não sabia que leões estúpidos eram mais leais do que "amigos" que desistem de você.
- Deuses, porque você é assim? Toda vez que conversamos de algo sério você se esconde atrás dessa carapaça de ironia!
- Se você não falasse coisas idiotas, minha carapaça não estaria aqui pra me proteger!
- Você gosta do Haki? É nisso que você quer que eu acredite? Você já foi uma mentirosa melhor.
- Você quer que eu faça o que? Ele é o único leão que gosta de mim, porque eu não deveria corresponder?
- Eu gosto de você, tá legal?! Eu acho que já gostava antes, mas era um filhote, não entendia meus sentimentos!
- E você achou que iríamos crescer apaixonados e todos iriam aceitar a nossa união, tornando nossa vida perfeita e feliz?!
Nillmer virou a cara, não sabia dizer se estava zangado ou triste. A expressão de Nidra estava mudando, agora ela parecia arrasada.
- Se quer saber, eu também pensava nisso. - ela suspirou, triste - Mas eu cai na real. Isso NUNCA vai ser possível. Quanto antes você aceitar, melhor vai ser.
- Porque não me disse isso? Porque não falou como se sentia?!
- Porque não importa! Meu nascimento, de certo modo, é mais baixo do que uma formiga! Jamais eu teria um lugar ao seu lado.
- Você sabe que eu não me importo com isso!
- Mas todo o reino se importa. - ela fez uma pausa. - É melhor a gente parar de se encontrar. Vai fazer bem a nos dois. Foi bom te conhecer, adeus, Nillmer.
Nidra lambeu a bochecha de Nillmer e saiu correndo antes que o jovem leão pudesse fazer algo. Enquanto se afastava da floresta, podia sentir algumas lágrimas voando e os olhos ardendo, mas não importava mais, "Eu fiz o que é certo.".
A caverna estava vazia, exceto por Haki que dormia em um dos cantos. Nidra tentou não fazer barulho, mas seu parceiro estava atento.
- Como foi a caça, minha estrela?
- Ahn, boa!
- Seus olhos estão vermelhos, algum problema? Você chorou?
- Sim, ahn, uma pedra do Paredão caiu no meu rabo bem na hora que eu ia dar o bote! Doeu demais!
- Ah, deve ter sido horrível!
- E a visita, como foi?
- O de sempre, aquele idiota sorridente que chamamos de rei veio aqui... Mas é engraçado, porque o filho querido dele não estava junto, e você não quis aparecer na visita.
Nidra ficou estática.
- Você não mentiria pra mim, não é, minha estrela? - Haki passou a pata no corte que ela tinha no rosto. - Eu detestaria ter que te machucar novamente por causa de mentirinhas bobas.
A leoa estremeceu. Não era a primeira vez que Haki a machucava e ela se sentiu mal por ter mentido para Nillmer sobre o corte.
- Claro que não. Eu amo você. - ela conseguiu dizer.
A expressão de Haki mudou.
- Ah, eu também te amo! - Ele lambeu a testa de Nidra - Agora vá achar algo para comermos, estou com um pouco de fome.
- Mas minha irmã trouxe comida ontem!
- Sim, mas eu estou com fome de novo, seja gentil.
Nidra não tinha muita escolha, ainda não era mais forte que Haki e nunca havia derrotado ele. Um dia ela conseguiria e poderia se livrar desse babaca, e talvez, Nillmer a perdoasse.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
Ignorem os fundos, tá bem? Eu não sei editar cenários, então onde o personagem aparece na imagem não é necessariamente onde ele tá na história.
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CONTINUAÇÃO...
- Fala logo, não pode ser tão ruim assim! - Nillmer sorriu.
Nidra abaixou as orelhas e desviou o olhar.
- Nillmer... Eu to namorando com o Haki.
O silêncio reinou por alguns segundos até Nillmer pensar em algo não-estúpido para se dizer.
- Isso é... Bom.
- Bom?
- É, quero dizer, bom que você tenha achado alguém especial pra você e tudo mais.
- E você? Conseguiu encontrar alguém?
- Ainda não, e não espero encontrar tão cedo.
- Me admira que seu pai ainda não tenha empurrado uma princesa pra você, já tem juba.
- Fico feliz que ele seja lento o bastante para não ter feito isso. Não quero nenhuma princesa.
- A filha de algum líder, talvez... Dizem que as leoas da Província Do Rio são as mais belas do reino.
- Minha mãe era de lá. Mas também não quero nenhuma filha de líder.
- Então... Você... Você gosta de...
- Que?! Não! Não é nada disso!
- Então o que é? Você não gosta de nada nem de ninguém?
- Até o momento, sim.
Nidra estreitou os olhos.
- Então tá.
- Quero dizer, gosto dos que são próximos a mim. Só isso.
- Não precisa se explicar. Você é um príncipe, não deve satisfações à uma leoa suja e nojenta como eu.
- Ah, Nidra! Que isso agora? O Haki andou fazendo sua cabeça durante esse tempo? Ele é estúpido!
- Que surpresa, não sabia que leões estúpidos eram mais leais do que "amigos" que desistem de você.
- Deuses, porque você é assim? Toda vez que conversamos de algo sério você se esconde atrás dessa carapaça de ironia!
- Se você não falasse coisas idiotas, minha carapaça não estaria aqui pra me proteger!
- Você gosta do Haki? É nisso que você quer que eu acredite? Você já foi uma mentirosa melhor.
- Você quer que eu faça o que? Ele é o único leão que gosta de mim, porque eu não deveria corresponder?
- Eu gosto de você, tá legal?! Eu acho que já gostava antes, mas era um filhote, não entendia meus sentimentos!
- E você achou que iríamos crescer apaixonados e todos iriam aceitar a nossa união, tornando nossa vida perfeita e feliz?!
Nillmer virou a cara, não sabia dizer se estava zangado ou triste. A expressão de Nidra estava mudando, agora ela parecia arrasada.
- Se quer saber, eu também pensava nisso. - ela suspirou, triste - Mas eu cai na real. Isso NUNCA vai ser possível. Quanto antes você aceitar, melhor vai ser.
- Porque não me disse isso? Porque não falou como se sentia?!
- Porque não importa! Meu nascimento, de certo modo, é mais baixo do que uma formiga! Jamais eu teria um lugar ao seu lado.
- Você sabe que eu não me importo com isso!
- Mas todo o reino se importa. - ela fez uma pausa. - É melhor a gente parar de se encontrar. Vai fazer bem a nos dois. Foi bom te conhecer, adeus, Nillmer.
Nidra lambeu a bochecha de Nillmer e saiu correndo antes que o jovem leão pudesse fazer algo. Enquanto se afastava da floresta, podia sentir algumas lágrimas voando e os olhos ardendo, mas não importava mais, "Eu fiz o que é certo.".
A caverna estava vazia, exceto por Haki que dormia em um dos cantos. Nidra tentou não fazer barulho, mas seu parceiro estava atento.
- Como foi a caça, minha estrela?
- Ahn, boa!
- Seus olhos estão vermelhos, algum problema? Você chorou?
- Sim, ahn, uma pedra do Paredão caiu no meu rabo bem na hora que eu ia dar o bote! Doeu demais!
- Ah, deve ter sido horrível!
- E a visita, como foi?
- O de sempre, aquele idiota sorridente que chamamos de rei veio aqui... Mas é engraçado, porque o filho querido dele não estava junto, e você não quis aparecer na visita.
Nidra ficou estática.
- Você não mentiria pra mim, não é, minha estrela? - Haki passou a pata no corte que ela tinha no rosto. - Eu detestaria ter que te machucar novamente por causa de mentirinhas bobas.
A leoa estremeceu. Não era a primeira vez que Haki a machucava e ela se sentiu mal por ter mentido para Nillmer sobre o corte.
- Claro que não. Eu amo você. - ela conseguiu dizer.
A expressão de Haki mudou.
- Ah, eu também te amo! - Ele lambeu a testa de Nidra - Agora vá achar algo para comermos, estou com um pouco de fome.
- Mas minha irmã trouxe comida ontem!
- Sim, mas eu estou com fome de novo, seja gentil.
Nidra não tinha muita escolha, ainda não era mais forte que Haki e nunca havia derrotado ele. Um dia ela conseguiria e poderia se livrar desse babaca, e talvez, Nillmer a perdoasse.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
segunda-feira, 24 de abril de 2017
The Kingdom - Part.VII
Avisos iniciais - Desculpem a demora, estive ocupada esses dias ;u;
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Os meses foram passando e os encontros foram ficando cada vez mais raros, até que certo dia, pararam de acontecer. Nillmer tinha muitas coisas pra aprender com seu pai, e sua juba havia nascido. Isso era como um marco na história de um filhote macho, significava que ele não era mais uma criança e agora estava quase pronto para o mundo.
- Meu rei, meu príncipe - Tarmak fez uma reverência - Venho aqui lhes avisar que amanhã é o dia da visita.
- Eu sempre me esqueço disso... Obrigado, Tarmak. - Daian agradeceu.
- Que visita? - Nillmer perguntou, sem muito interesse.
- Na Província Não-Reclamada.
Nillmer abaixou as orelhas. Sentia saudade da amiga, mas ela nunca tinha explicado sua ausência, mesmo que Nillmer tivesse enviado Enéias para explicar porque ele não aparecia aos encontros.
- Está tudo bem, filho?
- Claro.
- Está com medo de voltar pra lá?
- Pai, menos, por favor.
- Só tente não sumir dessa vez.
- Eu preciso mesmo ir?
- Olhe, acho que não. Hasir está estranho e tenho medo que algo aconteça com você. Melhor que fique em casa.
- Ta bem. Vou ficar por aqui então.
Nillmer não via a hora do tempo passar. Aquele dia pareceu ter durado uma eternidade, mas enfim, o sol raiou e Daian partiu junto com Tarmak e outros leões guardas.
Nillmer correu para a floresta na maior velocidade que conseguiu. Estava ansioso, será que encontraria sua amiga depois de tanto tempo? Como Nidra estaria?
A vegetação havia crescido um pouco, mas tudo estava quase igual. Chegando nas Pedras, Nillmer parou. Era dia da visita, quem não aparecesse poderia ser exilado. Obviamente Nidra não viria.
- Eu sinto muito. - ele sussurrou encostando a cabeça em uma das pedras - Sinto muito.
- Tem que sentir muito mesmo, principezinho.
Nillmer levantou a cabeça, assustado. Era uma voz feminina, mas diferente da voz de sua amiga. Ele avançou alguns passos e ficou estático por alguns segundos.
Ele correu para abraçar a amiga, mas foi repelido com uma patada.
- Porque fez isso? Doeu!
- Você acha que isso aqui não doeu? - Ela apontou para um corte na bochecha.
- Eu não fiz isso!
- Diretamente, não.
- Pode me explicar o que tá acontecendo, por favor? Porque não apareceu mais?
- Alguém disse ao Hasir que eu me encontrava com você, o príncipe. Desde então ele me vigiava todos os dias e pegava muito mais pesado comigo nos treinos. Por um tempo eu dei o meu melhor para convencê-lo que eu havia mudado e ele aceitou. Eu enviei a Ishara para falar com você, mas ela voltou machucada, disse que um leão do Rochedo bateu nela e disse que o príncipe dele jamais manteria contato com uma imunda como eu!
- Que? Você sabe que eu nunca faria isso!
- Não importa mais. Eu sempre vim pra cá, achei que um dia você voltaria pelo menos pra se desculpar, acho que acertei.
- Eu sinto muito, Nidra! Me desculpe...
- Já passou.
- Você não deveria estar no desfile?
- Te pergunto o mesmo.
- Meu pai me deixou ficar no Rochedo. E você?
- Sou a "aluna" mais promissora do Hasir. Tenho meus privilégios. Mesmo que ele tenha ficado zangado e me dado esse presentinho aqui. - ela apontou para o corte.
- Você tá bem diferente, Nidra! Maior, mais forte e até mesmo mais bonita!
- Guarde suas cortesias pras princesas que você vai conhecer.
- Não quero nenhuma princesa.
- Aposto que nenhuma delas te quer também.
- Está sendo injusta comigo, qualquer leoa iria gostar de mim.
- E então, alguma gosta?
- Você gosta.
- Porque você era meu amigo.
- Era? Não sou mas? - ele abaixou as orelhas.
- Eu não sei se isso vai dar certo, Nillmer. Eramos filhotes, agora é diferente.
- Sei disso, mas vamos tentar, por favor! Sinto saudades daquele tempo, lembra do dia que descobrimos esse lugar? Foi demais!
- Eu sei, mas não tenho muito tempo, os treinos do Hasir duram mais, tenho que procurar caça e também... bem, não importa.
- Também o que?
- Não é nada demais.
- Fala logo, não pode ser tão ruim assim! - Nillmer sorriu.
Nidra abaixou as orelhas e desviou o olhar.
- Nillmer... Eu to namorando com o Haki.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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Os meses foram passando e os encontros foram ficando cada vez mais raros, até que certo dia, pararam de acontecer. Nillmer tinha muitas coisas pra aprender com seu pai, e sua juba havia nascido. Isso era como um marco na história de um filhote macho, significava que ele não era mais uma criança e agora estava quase pronto para o mundo.
- Meu rei, meu príncipe - Tarmak fez uma reverência - Venho aqui lhes avisar que amanhã é o dia da visita.
- Eu sempre me esqueço disso... Obrigado, Tarmak. - Daian agradeceu.
- Que visita? - Nillmer perguntou, sem muito interesse.
- Na Província Não-Reclamada.
Nillmer abaixou as orelhas. Sentia saudade da amiga, mas ela nunca tinha explicado sua ausência, mesmo que Nillmer tivesse enviado Enéias para explicar porque ele não aparecia aos encontros.
- Está tudo bem, filho?
- Claro.
- Está com medo de voltar pra lá?
- Pai, menos, por favor.
- Só tente não sumir dessa vez.
- Eu preciso mesmo ir?
- Olhe, acho que não. Hasir está estranho e tenho medo que algo aconteça com você. Melhor que fique em casa.
- Ta bem. Vou ficar por aqui então.
Nillmer não via a hora do tempo passar. Aquele dia pareceu ter durado uma eternidade, mas enfim, o sol raiou e Daian partiu junto com Tarmak e outros leões guardas.
Nillmer correu para a floresta na maior velocidade que conseguiu. Estava ansioso, será que encontraria sua amiga depois de tanto tempo? Como Nidra estaria?
A vegetação havia crescido um pouco, mas tudo estava quase igual. Chegando nas Pedras, Nillmer parou. Era dia da visita, quem não aparecesse poderia ser exilado. Obviamente Nidra não viria.
- Eu sinto muito. - ele sussurrou encostando a cabeça em uma das pedras - Sinto muito.
- Tem que sentir muito mesmo, principezinho.
Nillmer levantou a cabeça, assustado. Era uma voz feminina, mas diferente da voz de sua amiga. Ele avançou alguns passos e ficou estático por alguns segundos.
Ele correu para abraçar a amiga, mas foi repelido com uma patada.
- Porque fez isso? Doeu!
- Você acha que isso aqui não doeu? - Ela apontou para um corte na bochecha.
- Eu não fiz isso!
- Diretamente, não.
- Pode me explicar o que tá acontecendo, por favor? Porque não apareceu mais?
- Alguém disse ao Hasir que eu me encontrava com você, o príncipe. Desde então ele me vigiava todos os dias e pegava muito mais pesado comigo nos treinos. Por um tempo eu dei o meu melhor para convencê-lo que eu havia mudado e ele aceitou. Eu enviei a Ishara para falar com você, mas ela voltou machucada, disse que um leão do Rochedo bateu nela e disse que o príncipe dele jamais manteria contato com uma imunda como eu!
- Que? Você sabe que eu nunca faria isso!
- Não importa mais. Eu sempre vim pra cá, achei que um dia você voltaria pelo menos pra se desculpar, acho que acertei.
- Eu sinto muito, Nidra! Me desculpe...
- Já passou.
- Você não deveria estar no desfile?
- Te pergunto o mesmo.
- Meu pai me deixou ficar no Rochedo. E você?
- Sou a "aluna" mais promissora do Hasir. Tenho meus privilégios. Mesmo que ele tenha ficado zangado e me dado esse presentinho aqui. - ela apontou para o corte.
- Você tá bem diferente, Nidra! Maior, mais forte e até mesmo mais bonita!
- Guarde suas cortesias pras princesas que você vai conhecer.
- Não quero nenhuma princesa.
- Aposto que nenhuma delas te quer também.
- Está sendo injusta comigo, qualquer leoa iria gostar de mim.
- E então, alguma gosta?
- Você gosta.
- Porque você era meu amigo.
- Era? Não sou mas? - ele abaixou as orelhas.
- Eu não sei se isso vai dar certo, Nillmer. Eramos filhotes, agora é diferente.
- Sei disso, mas vamos tentar, por favor! Sinto saudades daquele tempo, lembra do dia que descobrimos esse lugar? Foi demais!
- Eu sei, mas não tenho muito tempo, os treinos do Hasir duram mais, tenho que procurar caça e também... bem, não importa.
- Também o que?
- Não é nada demais.
- Fala logo, não pode ser tão ruim assim! - Nillmer sorriu.
Nidra abaixou as orelhas e desviou o olhar.
- Nillmer... Eu to namorando com o Haki.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
quinta-feira, 20 de abril de 2017
The Kingdom - Part.VI
Avisos iniciais - Desculpem pela demora, tava com um bloqueio criativo.
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Os dias foram passando e os filhotes novos estavam se acostumando com a nova rotina. Haki e Nidra sempre acabavam brigando por algo, mas Booh ou Tharena obrigavam os dois a fazer as pazes, e logo tudo estava bem. Nidra gostava dos seus novos amigos, mas a melhor parte do seu dia é quando ela saia do treino diário e ia correndo para a floresta encontrar seu melhor amigo.
Haviam dias em que os filhotes não podiam se encontrar na floresta, pois tinham seus afazeres. Esse era um deles. Nillmer precisava passar um tempo com seu pai para algumas lições.
- Filho, nuca perguntei, mas onde você vai quase todos os dias?
- Vou brincar.
- Isso eu sei, mas porque não brinca por aqui? Você fez amigos? Conheceu alguma leoazinha?
- Pai!
- O que foi? Eu conheci sua mãe quando tinha a sua idade! Ah, eu me lembro até hoje...
- Como conheceu a mamãe?
- Numa visita. Ela era a filha mais nova do líder da Província do Rio. Começamos a conversar e nos encontrar sempre.
- Vocês podiam ser amigos? Sem nenhum problema?
- Claro, ela era uma boa leoa com uma boa classe. Graças aos grandes reis ela não era de um lugar como a Província Não-Reclamada.
Nillmer não gostou do comentário, mas resolveu não dizer nada.
Uma leoa entrou na caverna. Ela era a líder do grupo de caça do Rochedo.
- Meu rei, meu príncipe. - ela fez uma reverência - Há um grupo de zebras e de gnus perto daqui, vim para perguntar o que desejam!
- Optem por zebras, Nia. Gnus são perigosos você pode se machucar... Quer dizer, o grupo, o grupo pode se machucar!
Nia deu um sorriso tímido. Nillmer já a conhecia, era uma leoa muito gentil e bondosa.
Depois da leoa sair da caverna, Nillmer encarou o pai.
- O que foi? - O rei perguntou.
- Por favor, sou um filhote mas não subestime meu poder de observação. Desde quando o senhor gosta da Nia?
- Que? Eu? Nia? Não diga tolices, Nillmer!
- Qual o problema? Nia é uma leoa legal!
- Mas eu sou comprometido com a sua mãe, Talla sempre será o amor da minha vida.
- Minha mãe está morta e Nia está viva. Ela te faria bem!
- Você é só um filhote, não entende, além do mais...
- O que? Ela é uma serva? Por isso o senhor não quer ficar com ela?
Daian ficou sério.
- Acho que podemos continuar as lições amanhã.
- Mas pai -
- Amanhã, Nillmer!
Daian saiu da caverna. O filhote ficou triste, ele não tinha dito nada de errado, mas não gostava da atitude do pai. O príncipe resolveu subir no topo do rochedo para observar o reino. Ao extremo sul ele podia ver o amontoado de rochas que formava o paredão. Ele se perguntava o que a amiga estaria fazendo naquele exato momento. Seus pensamentos foram interrompidos por Tarmak.
- Meu príncipe, seu pai me pediu para lhe dizer que as lições não acontecerão amanhã.
- Pelo meno uma coisa boa.
- Olhando para a Província Não-Reclamada outra vez? Deve estar traumatizado pelo que aconteceu.
Nillmer bufou.
- Não aconteceu nada demais, Tarmak.
- Eles não são confiáveis, meu príncipe. Um deles matou minha irmã quando eu era apenas um filhote. São monstros que merecem ser exterminados.
- Isso é horrível, mas nem todos são assim.
- São. Escute o que eu digo, um dia o seu pai vai se arrepender de não declarar que eles não fazem parte do reino. Não se deixe enganar só porque aquela leoazinha nojenta não o feriu.
- Ela não é nojenta! - Nillmer rosnou para o conselheiro. - Não quero mais ouvir você falando assim do povo de lá, muito menos dela!
Tarmak olhou o filhote com um pouco de raiva, mas era só um conselheiro. Tinha esperanças que um dia o príncipe entendesse seu ponto de vista.
- Como ordenar, meu príncipe.
Nillmer desceu do topo do Rochedo, podia sentir o olhar do conselheiro seguindo cada passo que ele dava. Será que Tarmak se tornaria seu inimigo?
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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Os dias foram passando e os filhotes novos estavam se acostumando com a nova rotina. Haki e Nidra sempre acabavam brigando por algo, mas Booh ou Tharena obrigavam os dois a fazer as pazes, e logo tudo estava bem. Nidra gostava dos seus novos amigos, mas a melhor parte do seu dia é quando ela saia do treino diário e ia correndo para a floresta encontrar seu melhor amigo.
Haviam dias em que os filhotes não podiam se encontrar na floresta, pois tinham seus afazeres. Esse era um deles. Nillmer precisava passar um tempo com seu pai para algumas lições.
- Filho, nuca perguntei, mas onde você vai quase todos os dias?
- Vou brincar.
- Isso eu sei, mas porque não brinca por aqui? Você fez amigos? Conheceu alguma leoazinha?
- Pai!
- O que foi? Eu conheci sua mãe quando tinha a sua idade! Ah, eu me lembro até hoje...
- Como conheceu a mamãe?
- Numa visita. Ela era a filha mais nova do líder da Província do Rio. Começamos a conversar e nos encontrar sempre.
- Vocês podiam ser amigos? Sem nenhum problema?
- Claro, ela era uma boa leoa com uma boa classe. Graças aos grandes reis ela não era de um lugar como a Província Não-Reclamada.
Nillmer não gostou do comentário, mas resolveu não dizer nada.
Uma leoa entrou na caverna. Ela era a líder do grupo de caça do Rochedo.
- Meu rei, meu príncipe. - ela fez uma reverência - Há um grupo de zebras e de gnus perto daqui, vim para perguntar o que desejam!
- Optem por zebras, Nia. Gnus são perigosos você pode se machucar... Quer dizer, o grupo, o grupo pode se machucar!
Nia deu um sorriso tímido. Nillmer já a conhecia, era uma leoa muito gentil e bondosa.
Depois da leoa sair da caverna, Nillmer encarou o pai.
- O que foi? - O rei perguntou.
- Por favor, sou um filhote mas não subestime meu poder de observação. Desde quando o senhor gosta da Nia?
- Que? Eu? Nia? Não diga tolices, Nillmer!
- Qual o problema? Nia é uma leoa legal!
- Mas eu sou comprometido com a sua mãe, Talla sempre será o amor da minha vida.
- Minha mãe está morta e Nia está viva. Ela te faria bem!
- Você é só um filhote, não entende, além do mais...
- O que? Ela é uma serva? Por isso o senhor não quer ficar com ela?
Daian ficou sério.
- Acho que podemos continuar as lições amanhã.
- Mas pai -
- Amanhã, Nillmer!
Daian saiu da caverna. O filhote ficou triste, ele não tinha dito nada de errado, mas não gostava da atitude do pai. O príncipe resolveu subir no topo do rochedo para observar o reino. Ao extremo sul ele podia ver o amontoado de rochas que formava o paredão. Ele se perguntava o que a amiga estaria fazendo naquele exato momento. Seus pensamentos foram interrompidos por Tarmak.
- Meu príncipe, seu pai me pediu para lhe dizer que as lições não acontecerão amanhã.
- Pelo meno uma coisa boa.
- Olhando para a Província Não-Reclamada outra vez? Deve estar traumatizado pelo que aconteceu.
Nillmer bufou.
- Não aconteceu nada demais, Tarmak.
- Eles não são confiáveis, meu príncipe. Um deles matou minha irmã quando eu era apenas um filhote. São monstros que merecem ser exterminados.
- Isso é horrível, mas nem todos são assim.
- São. Escute o que eu digo, um dia o seu pai vai se arrepender de não declarar que eles não fazem parte do reino. Não se deixe enganar só porque aquela leoazinha nojenta não o feriu.
- Ela não é nojenta! - Nillmer rosnou para o conselheiro. - Não quero mais ouvir você falando assim do povo de lá, muito menos dela!
Tarmak olhou o filhote com um pouco de raiva, mas era só um conselheiro. Tinha esperanças que um dia o príncipe entendesse seu ponto de vista.
- Como ordenar, meu príncipe.
Nillmer desceu do topo do Rochedo, podia sentir o olhar do conselheiro seguindo cada passo que ele dava. Será que Tarmak se tornaria seu inimigo?
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
segunda-feira, 17 de abril de 2017
The Kingdom - Part.V
Avisos iniciais - Desculpem a demora ^^
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CONTINUAÇÃO...
- Por nossa causa, eu receio. Meu nome é Haki e essa é minha irmã, Booh.
Nidra os encarou por alguns segundos.
- Certo... e o que vocês estão fazendo aqui?
- Somos sobrinhos do Hasir. - Booh deu um passo à frente - Ele disse que sua irmã iria cuidar de nós.
Tharena bufou.
- E eu não posso dizer não ao nosso querido e amado líder...
- Pode sim! Diga para aquele velho, mal-acabado, nojento... Oh, me desculpem, sem ofensas. - Nidra corou.
- Está tudo bem! - Haki sorriu - Também concordamos, não é justo que sua irmã fique conosco já que ele é nosso tio.
- Não tem outro parente com quem vocês possam ficar? - Tharena perguntou.
- Infelizmente, não. - Booh abaixou as orelhas.
- Onde estão seus pais? - Nidra perguntou.
- Bem, nossa mãe provavelmente está morta. - Haki disse e levou uma patada da irmã - Ai! Booh, você sabe que é verdade!
- Você não sabe! Papai disse que iria tira-la de lá! - A leoazinha branca parecia triste.
- Desculpe por atrapalhar a briga familiar, mas não estamos entendendo nada. Podem explicar? - Nidra pediu.
- Bem, nós eramos de um reino um tanto distante daqui... - Haki começou.
"Nosso rei nunca foi um exemplo, mas pelo menos nunca tinha feito algo terrível... ainda. Um dia, uma doença caiu sobre o reino e o rei foi o primeiro a ficar doente, ele se tornou agressivo e se zangava por nada, batia em todas as leoas que lhe dirigissem um mero olhar. Os que ainda não haviam sido pegos pela doença queriam sair do reino o mais rápido possível, mas o rei proibiu, disse que todos deveriam morrer juntos."
"Nosso pai era um forasteiro que não tinha permissão para ficar no reino, mas sempre nos visitava. Mamãe pediu para ele nos levar para o irmão dela antes que fosse tarde. Papai nos trouxe até o tio Hasir e voltou para ver se conseguia salvar a mamãe também. Ela disse que estaria conosco em breve..."
Todos ficaram quietos.
- Ah... Eu sinto muito! - Tharena abaixou as orelhas - Vocês podem ficar, está tudo bem!
- Que rei idiota. - Nidra comentou.
- Todos os reis são idiotas. Um dia vamos derrubar essa coisa de família real! - Haki disse.
- Não se empolga não. Pode ser um sistema falho, mas nos mantém em ordem. - Nidra respondeu.
Haki revirou os olhos e resolveu não continuar a conversa.
No dia seguinte, Tharena pediu para Nidra levar Haki e Booh junto com ela e Ishara para suas "caçadas". A leoazinha levou os dois para o Grande Lago, onde ela pretendia se encontrar com Nillmer. Sem demora, o príncipe chegou.
- Achei que a partir de agora nós iriamos para a floresta. - Nillmer se sentou ao lado dela.
- E vamos, mas hoje não dá. Aqueles ali são sobrinhos do meu líder e ele obrigou minha irmã a cuidar deles, como se Tharena já não tivesse sofrido o suficiente.
- Sabe que pode contar com a minha ajuda se tiver problemas com comida.
- Eu agradeço, de verdade.
- Nidra! - Booh se aproximou - Esse lugar é bem legal!
- É, mas os animais nos olham torto... e quem é esse?
- Esse é o príncipe Nillmer. - Nidra respondeu.
Haki e Booh se entreolharam.
- É um prazer. - Booh disse, amistosamente.
- Queria dizer o mesmo. - Haki revirou os olhos.
Nillmer arqueou a sobrancelha. Percebendo que a situação estava ficando tensa, Nidra empurrou Haki para o lago, Booh se atirou sobre o irmão e os dois começaram a brincar na água.
- Porque trouxe eles aqui? - Nillmer perguntou.
- Tharena pediu.
- Era mais legal quando eramos só nós dois.
- Eu sei, concordo. Mas é só hoje, relaxa.
Haki bateu a pata na água fazendo com que espirasse em Nidra, mas principalmente em Nillmer.
- Oh, me desculpe, majestade. Imagino que não goste de se molhar com essa água de plebeus.
Nillmer rosnou, mas dessa vez foi seguido por Nidra.
- Qual o seu problema? - ela perguntou.
- Meu problema? Qual é o seu problema! Ele é um príncipe!
- Wow, você ouviu o que eu disse, parabéns.
- Ele está na boa vida enquanto sofremos lá na província. Tio Hasir disse -
- Eu não me importo com o que o seu tio babaca disse, Hasir não se importa com mais ninguém além dele mesmo. - Nidra rosnou.
- Mas você é da província, não deveria apoiar esse metidinho! - Haki rosnou de volta.
- Eu não to apoiando ninguém! Quer saber? Acho que se você tem tanta opinião política assim, critique o príncipe na frente desses animais que estão olhando torto pra você. Aposto que você não dura 3 minutos.
Todos ficaram calados.
- Ishara, leve o Haki e a Booh para casa quando eles quiserem.
Nillmer e Nidra saíram do Grande Lago.
- Parabéns, bobão. - Booh estava zangada.
- O que? A culpa é minha agora?
- Sim, é sua culpa. Você foi idiota com o príncipe.
- Tio Hasir disse que eu vou ser o líder depois dele, o que vai acontecer se eu perder todo o meu povo para esse principezinho?
- Você é mesmo inacreditável. Eu vou para casa junto com a Ishara. Sugiro que você venha também, antes que faça mais alguma coisa idiota, senhor futuro líder.
Booh saiu do lago, deixando o jovem Haki sozinho.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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CONTINUAÇÃO...
- Por nossa causa, eu receio. Meu nome é Haki e essa é minha irmã, Booh.
Nidra os encarou por alguns segundos.
- Certo... e o que vocês estão fazendo aqui?
- Somos sobrinhos do Hasir. - Booh deu um passo à frente - Ele disse que sua irmã iria cuidar de nós.
Tharena bufou.
- E eu não posso dizer não ao nosso querido e amado líder...
- Pode sim! Diga para aquele velho, mal-acabado, nojento... Oh, me desculpem, sem ofensas. - Nidra corou.
- Está tudo bem! - Haki sorriu - Também concordamos, não é justo que sua irmã fique conosco já que ele é nosso tio.
- Não tem outro parente com quem vocês possam ficar? - Tharena perguntou.
- Infelizmente, não. - Booh abaixou as orelhas.
- Onde estão seus pais? - Nidra perguntou.
- Bem, nossa mãe provavelmente está morta. - Haki disse e levou uma patada da irmã - Ai! Booh, você sabe que é verdade!
- Você não sabe! Papai disse que iria tira-la de lá! - A leoazinha branca parecia triste.
- Desculpe por atrapalhar a briga familiar, mas não estamos entendendo nada. Podem explicar? - Nidra pediu.
- Bem, nós eramos de um reino um tanto distante daqui... - Haki começou.
"Nosso rei nunca foi um exemplo, mas pelo menos nunca tinha feito algo terrível... ainda. Um dia, uma doença caiu sobre o reino e o rei foi o primeiro a ficar doente, ele se tornou agressivo e se zangava por nada, batia em todas as leoas que lhe dirigissem um mero olhar. Os que ainda não haviam sido pegos pela doença queriam sair do reino o mais rápido possível, mas o rei proibiu, disse que todos deveriam morrer juntos."
"Nosso pai era um forasteiro que não tinha permissão para ficar no reino, mas sempre nos visitava. Mamãe pediu para ele nos levar para o irmão dela antes que fosse tarde. Papai nos trouxe até o tio Hasir e voltou para ver se conseguia salvar a mamãe também. Ela disse que estaria conosco em breve..."
Todos ficaram quietos.
- Ah... Eu sinto muito! - Tharena abaixou as orelhas - Vocês podem ficar, está tudo bem!
- Que rei idiota. - Nidra comentou.
- Todos os reis são idiotas. Um dia vamos derrubar essa coisa de família real! - Haki disse.
- Não se empolga não. Pode ser um sistema falho, mas nos mantém em ordem. - Nidra respondeu.
Haki revirou os olhos e resolveu não continuar a conversa.
No dia seguinte, Tharena pediu para Nidra levar Haki e Booh junto com ela e Ishara para suas "caçadas". A leoazinha levou os dois para o Grande Lago, onde ela pretendia se encontrar com Nillmer. Sem demora, o príncipe chegou.
- Achei que a partir de agora nós iriamos para a floresta. - Nillmer se sentou ao lado dela.
- E vamos, mas hoje não dá. Aqueles ali são sobrinhos do meu líder e ele obrigou minha irmã a cuidar deles, como se Tharena já não tivesse sofrido o suficiente.
- Sabe que pode contar com a minha ajuda se tiver problemas com comida.
- Eu agradeço, de verdade.
- Nidra! - Booh se aproximou - Esse lugar é bem legal!
- É, mas os animais nos olham torto... e quem é esse?
- Esse é o príncipe Nillmer. - Nidra respondeu.
Haki e Booh se entreolharam.
- É um prazer. - Booh disse, amistosamente.
- Queria dizer o mesmo. - Haki revirou os olhos.
Nillmer arqueou a sobrancelha. Percebendo que a situação estava ficando tensa, Nidra empurrou Haki para o lago, Booh se atirou sobre o irmão e os dois começaram a brincar na água.
- Porque trouxe eles aqui? - Nillmer perguntou.
- Tharena pediu.
- Era mais legal quando eramos só nós dois.
- Eu sei, concordo. Mas é só hoje, relaxa.
Haki bateu a pata na água fazendo com que espirasse em Nidra, mas principalmente em Nillmer.
- Oh, me desculpe, majestade. Imagino que não goste de se molhar com essa água de plebeus.
Nillmer rosnou, mas dessa vez foi seguido por Nidra.
- Qual o seu problema? - ela perguntou.
- Meu problema? Qual é o seu problema! Ele é um príncipe!
- Wow, você ouviu o que eu disse, parabéns.
- Ele está na boa vida enquanto sofremos lá na província. Tio Hasir disse -
- Eu não me importo com o que o seu tio babaca disse, Hasir não se importa com mais ninguém além dele mesmo. - Nidra rosnou.
- Mas você é da província, não deveria apoiar esse metidinho! - Haki rosnou de volta.
- Eu não to apoiando ninguém! Quer saber? Acho que se você tem tanta opinião política assim, critique o príncipe na frente desses animais que estão olhando torto pra você. Aposto que você não dura 3 minutos.
Todos ficaram calados.
- Ishara, leve o Haki e a Booh para casa quando eles quiserem.
Nillmer e Nidra saíram do Grande Lago.
- Parabéns, bobão. - Booh estava zangada.
- O que? A culpa é minha agora?
- Sim, é sua culpa. Você foi idiota com o príncipe.
- Tio Hasir disse que eu vou ser o líder depois dele, o que vai acontecer se eu perder todo o meu povo para esse principezinho?
- Você é mesmo inacreditável. Eu vou para casa junto com a Ishara. Sugiro que você venha também, antes que faça mais alguma coisa idiota, senhor futuro líder.
Booh saiu do lago, deixando o jovem Haki sozinho.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
sexta-feira, 14 de abril de 2017
The Kingdom - Part.IV
Avisos iniciais - Pessoal, se puderem visitem o blog da Niara Lioness, é recente e muita gente não conhece ainda, o link:
Lionkingahistoriademirabella.blogspot.com.br
--------------------------------------------------------------------------------------------
Nillmer e Nidra caminharam até a parte mais sudoeste do reino, onde ficava a Floresta Não-Explorada. O nome não era bem uma verdade, afinal, claro que outros leões já haviam se aventurado e explorado aquela região. Pelo que sabiam, não havia nada demais por lá e não havia caça já que a floresta não criava um ambiente muito bom para zebras e antílopes, logo, os leões não viam vantagens em viver naquele lugar.
- Você pode parar por aqui. - Nidra disse quando chegaram perto da floresta. - Deve ser a coisa mais ousada que você já fez em toda sua vida.
- Engraçadinha.
- Mas você pode ir pra casa, não vou te forçar a entrar, além do mais, se algo acontecer com você eu to bem morta.
- Se encontrarmos algo perigoso, vamos fugir o mais rápido possível e não voltar mais.
- Até que você não é tão covarde como pensei.
- É porque você me conhece bem pouco.
- E o motivo é bem óbvio. Você é um príncipe e eu sou vista como ralé pelo resto do reino.
- Quando eu virar rei, prometo que as coisas vão melhorar bastante.
- Acho que está fora do seu alcance.
- O que quer dizer?
- Pensa bem, fomos excluídos desde sempre, mas conseguimos sobreviver. Se você nos incluir e nos ajudar quando virar rei, as outras províncias não vão mais te respeitar. Um rei que não é respeitado não é um rei, e uma guerra pode começar por causa de uma simples vontade de melhorar as coisas.
Nillmer não tinha pensado nisso.
- Você é esperta. Poderia ser minha conselheira!
- Aquele babacão não vai gostar disso.
- Tarmak? Bem, ele tem seus momentos. Ele não é mau...
- Não, só quis me exilar sem nem se importar se eu estava fazendo algo.
- Vamos esquecer isso, tá bem? E além do mais - Nillmer parou de falar - Olha só esse lugar!
Eles haviam adentrado e estavam surpresas. A floresta não parecia grande coisa, mas era muito bonita por dentro. As árvores eram altas e a grama, baixa. Nos dias ensolarados, como aquele, o azul penetrava pelos densos galhos e folhas, dando um tom belo à floresta. Era úmida, diferente do Rochedo e da Província Não-Reclamada, mas isso não incomodava os filhotes.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~~~~~~~
- Hasir - Ghapo se aproximou do leão - Eles chegaram.
O líder estava pensativo.
- Ótimo. Tragam-os pra mim. Preciso dizer umas coisas.
- Perdão, meu líder, mas como pretende fazer isso? Temos muito para planejar ainda, não temos tempo para essas coisas
- Não vamos gastar nosso precioso tempo com isso. Tenho algo melhor em mente. Traga-os e depois leve-os para Tharena.
- Imediatamente. - Ghapo saiu.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA FLORESTA~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Os dois filhotes exploraram bastante. Haviam animais de pequeno porte por lá como lebres e cervos. Alguém solitário poderia viver ali com muita tranquilidade, havia uma quantidade alta de riachos e pequenos lagos, mas a cereja do bolo foi descoberta por último. Depois do maior rio que eles encontraram (que não passava de um palmo de profundidade), havia um amontoado de pedras que lhes era estranho. Não era como o Paredão ou o Rochedo do Rei, coisas rústicas e feitas pela natureza, era diferente e bonito ao mesmo tempo.
- É muito bonito! Já viu algo parecido? - a leoazinha perguntou.
- Nunca, também nunca ouvi falar. Essas rochas são diferentes das do Rochedo.
- Do Paredão também.
- Mas é fantástico!
- Podemos brincar por aqui. Tenho certeza de que ninguém vai nos ver.
- É uma boa ideia. Uma caminhada e tanto, mas mesmo assim, vale a pena.
- Acho que é melhor a gente voltar agora. Exploramos o bastante por um dia, a luz azul tá sumindo, significa que está escurecendo.
- Tem razão, vamos pra casa.
Os filhotes se separaram perto do Grande Lago e cada um tomou seu caminho. O jovem príncipe estava muito animado com aquele novo lugar e feliz, Nidra era uma ótima amiga e ele gostaria muito de manter contato com ela. A filhote pensava o mesmo, ela achava Nillmer mais inteligente que os outros da província que só pensavam em brigar e rosnar um para o outro. Talvez um dia pudessem ser amigos sem qualquer empecilho.
Quando Nidra chegou em chegou perto da caverna, já podia ouvir Tharena resmungando. Ela sorriu, a irmã sempre foi assim. Mas Tharena parecia realmente zangada dessa vez. Talvez ela tivesse descoberto sobre as "caçadas" dela.
- Tharena? - Nidra se aproximou de mansinho - O que foi?
- Já era hora! Estava ficando preocupada. - Tharena não parecia tão brava, agora parecia cansada demais.
- Porque está assim?
- Por nossa causa, eu receio. Meu nome é Haki e essa é a minha irmã, Booh.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
Lionkingahistoriademirabella.blogspot.com.br
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Nillmer e Nidra caminharam até a parte mais sudoeste do reino, onde ficava a Floresta Não-Explorada. O nome não era bem uma verdade, afinal, claro que outros leões já haviam se aventurado e explorado aquela região. Pelo que sabiam, não havia nada demais por lá e não havia caça já que a floresta não criava um ambiente muito bom para zebras e antílopes, logo, os leões não viam vantagens em viver naquele lugar.
- Você pode parar por aqui. - Nidra disse quando chegaram perto da floresta. - Deve ser a coisa mais ousada que você já fez em toda sua vida.
- Engraçadinha.
- Mas você pode ir pra casa, não vou te forçar a entrar, além do mais, se algo acontecer com você eu to bem morta.
- Se encontrarmos algo perigoso, vamos fugir o mais rápido possível e não voltar mais.
- Até que você não é tão covarde como pensei.
- É porque você me conhece bem pouco.
- E o motivo é bem óbvio. Você é um príncipe e eu sou vista como ralé pelo resto do reino.
- Quando eu virar rei, prometo que as coisas vão melhorar bastante.
- Acho que está fora do seu alcance.
- O que quer dizer?
- Pensa bem, fomos excluídos desde sempre, mas conseguimos sobreviver. Se você nos incluir e nos ajudar quando virar rei, as outras províncias não vão mais te respeitar. Um rei que não é respeitado não é um rei, e uma guerra pode começar por causa de uma simples vontade de melhorar as coisas.
Nillmer não tinha pensado nisso.
- Você é esperta. Poderia ser minha conselheira!
- Aquele babacão não vai gostar disso.
- Tarmak? Bem, ele tem seus momentos. Ele não é mau...
- Não, só quis me exilar sem nem se importar se eu estava fazendo algo.
- Vamos esquecer isso, tá bem? E além do mais - Nillmer parou de falar - Olha só esse lugar!
Eles haviam adentrado e estavam surpresas. A floresta não parecia grande coisa, mas era muito bonita por dentro. As árvores eram altas e a grama, baixa. Nos dias ensolarados, como aquele, o azul penetrava pelos densos galhos e folhas, dando um tom belo à floresta. Era úmida, diferente do Rochedo e da Província Não-Reclamada, mas isso não incomodava os filhotes.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~~~~~~~
- Hasir - Ghapo se aproximou do leão - Eles chegaram.
O líder estava pensativo.
- Ótimo. Tragam-os pra mim. Preciso dizer umas coisas.
- Perdão, meu líder, mas como pretende fazer isso? Temos muito para planejar ainda, não temos tempo para essas coisas
- Não vamos gastar nosso precioso tempo com isso. Tenho algo melhor em mente. Traga-os e depois leve-os para Tharena.
- Imediatamente. - Ghapo saiu.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA FLORESTA~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Os dois filhotes exploraram bastante. Haviam animais de pequeno porte por lá como lebres e cervos. Alguém solitário poderia viver ali com muita tranquilidade, havia uma quantidade alta de riachos e pequenos lagos, mas a cereja do bolo foi descoberta por último. Depois do maior rio que eles encontraram (que não passava de um palmo de profundidade), havia um amontoado de pedras que lhes era estranho. Não era como o Paredão ou o Rochedo do Rei, coisas rústicas e feitas pela natureza, era diferente e bonito ao mesmo tempo.
- É muito bonito! Já viu algo parecido? - a leoazinha perguntou.
- Nunca, também nunca ouvi falar. Essas rochas são diferentes das do Rochedo.
- Do Paredão também.
- Mas é fantástico!
- Podemos brincar por aqui. Tenho certeza de que ninguém vai nos ver.
- É uma boa ideia. Uma caminhada e tanto, mas mesmo assim, vale a pena.
- Acho que é melhor a gente voltar agora. Exploramos o bastante por um dia, a luz azul tá sumindo, significa que está escurecendo.
- Tem razão, vamos pra casa.
Os filhotes se separaram perto do Grande Lago e cada um tomou seu caminho. O jovem príncipe estava muito animado com aquele novo lugar e feliz, Nidra era uma ótima amiga e ele gostaria muito de manter contato com ela. A filhote pensava o mesmo, ela achava Nillmer mais inteligente que os outros da província que só pensavam em brigar e rosnar um para o outro. Talvez um dia pudessem ser amigos sem qualquer empecilho.
Quando Nidra chegou em chegou perto da caverna, já podia ouvir Tharena resmungando. Ela sorriu, a irmã sempre foi assim. Mas Tharena parecia realmente zangada dessa vez. Talvez ela tivesse descoberto sobre as "caçadas" dela.
- Tharena? - Nidra se aproximou de mansinho - O que foi?
- Já era hora! Estava ficando preocupada. - Tharena não parecia tão brava, agora parecia cansada demais.
- Porque está assim?
- Por nossa causa, eu receio. Meu nome é Haki e essa é a minha irmã, Booh.
quarta-feira, 12 de abril de 2017
The Kingdom - Part.III
Avisos iniciais - Ausência de imagens boas no capítulo, sorry XD
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Nidra e Ishara
iam voltando para a província. Nidra queria ter ficado mais tempo com Nillmer,
ele era legal e gentil, ao contrário dos filhotes idiotas que conhecia. Não os
julgava, afinal, a província fazia até o mais mole dos corações se tornar mais
duro. Nillmer tinha boa vida, claro que ele seria gentil, não havia o que
temer.
- Você sabe o
que aqueles dois idiotas querem? – Nidra perguntou.
- Não, meu pai
não me disse nada.
- Você ainda
tá com problemas? Se tiver, já disse que pode ficar lá na caverna o tempo que
precisar! Não é grande coisa, mas tenho certeza que a Tharena iria te receber
bem!
- Não tenho
escolha, Nidra. Meu pai é minha única família.
- Mas ele é um babaca com você! Te força a
treinar e te bate! Ishara, você não pode –
- Por favor!
Não quero falar sobre isso. Estamos quase chegando.
Nidra olhou
para frente e viu o Paredão. Aquele amontoado de rochas era bem conveniente para a província. Ele se
esticava até a montanha que colocava um limite no reino de Daian. O Paredão
impedia que qualquer pessoa da Província Sul ou qualquer curioso visse o que
estava acontecendo, e ele era impossível de ser escalado pela parte de fora.
Para entrar na Província Não-Reclamada, você precisava contornar o Paredão.
Tharena já
aguardava Nidra e Ishara no centro de reuniões da província. Ghapo, o pai de
Ishara já havia começado um discurso meia-boca, tentando convencer os outros
que um dia a situação iria melhorar.
- ... e para
ter certeza disso, nosso grande líder, Hasir, decidiu que a partir de hoje
todos os filhotes e jovens irão treinar!
Houve um
rebuliço de aprovação e um de desaprovação. Hasir apareceu ao lado de Ghapo e
continuou de onde seu seguidor parou:
- Nossos filhos
e filhas precisam estar preparados contra os perigos que podem vir.
- Que perigos
você diz? Nós mesmos? Nossa vida é aqui. – Tharena retrucou.
- Jovens, tão
inocentes. – Ghapo sorriu, mas não havia calor.
- A vida está
repleta de perigos, minha jovem Tharena. Um dia você estará encurralada por
todos esses perigos e agradecerá por seus treinamentos.
Hasir e Ghapo
conseguiram convencer o resto da província, mas não Tharena, Nidra e Ishara.
Depois de
alguns dias, Nillmer e Nidra começaram a se encontrar perto do Grande Lago.
Nillmer dizia a Daian que ele havia conhecido uma filhote na Província Do Rio e
ia encontra-la para brincar. Nidra dizia a Tharena que ia tentar achar caça
junto com Ishara na fronteira com a Província Sul.
- Queria saber
porque a Tharena implica tanto com a minha família...
- Bem, digamos
que vocês não estão fazendo muita coisa pra nos ajudar.
- Eu sou um
filhote! Quando virar rei, vou tentar ajudar sua província, tem a minha
palavra!
- Tharena me
disse pra nunca confiar na realeza. – Ela sorriu – Diz que vocês são todos uns
mentirosos.
- Como ela pode
saber? – Nillmer revirou os olhos – Até parece que ela já conheceu alguém
importante.
Nidra pareceu
ofendida.
- Você não sabe
de nada, principezinho.
- Eu to errado?
Quem vocês conhecem da realeza?!
- Não te
interessa. – ela parecia zangada.
- O que foi,
ficou bravinha? Então você mentiu pra mim.
- Eu não menti,
seu idiota. Você não sabe nada, tá bem? NADA! – ela estava lacrimejando.
Nillmer abaixou
as orelhas.
- Me desculpa, eu
fui idiota mesmo. Se quiser eu vou embora.
- Tudo bem. – ela passou
a pata no olho – Só não faça de novo.
- Nidra, me
desculpe, mas você me deixou curioso. Porque ficou tão brava com isso?
- Eu não quero
falar sobre isso.
- Pode pelo menos
me dar uma dica? Por favor, eu não vou conseguir dormir a noite.
- A única coisa
que posso dizer é que se eu e a Tharena estamos assim hoje, é culpa de uma
família real.
- Não entendo...
- Esse era meu
objetivo. Mas e ai, que tal fazermos alguma coisa?
- Gostaria, mas é
difícil. Os animais daqui vão comentar se me virem com uma leoa da província
Não-Reclamada. Não me importo, mas não quero que dê problema pra você ou pra
sua irmã depois.
- Então temos que
ir em um lugar que não tenha muitos leões.
- Isso é
impossível já que o reino é formado por províncias de leões
- Bobagem, eu
conheço o lugar ideal.
- E onde seria esse
lugar ideal?
- Na Floresta
Não-Explorada!
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
The Kingdom - Part.II
Avisos iniciais - Desculpem a demora, tive uns problemas aqui em casa.
O capítulo tá grande mas não tem muitas imagens, desculpem por isso.
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O capítulo tá grande mas não tem muitas imagens, desculpem por isso.
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- Nillmer! – O rei rugiu – O que está fazendo?!!
- Nidra! O que –
- Fique longe do herdeiro real, ralé! – Tarmak rugiu para
Tharena.
- Mas, mas eu não fiz nada! – Tharena respondeu – O que está
acontecendo?!
- A sua filhote nojenta raptou o príncipe! – Tarmak rosnou.
- Ela é minha irmã, seu babaca! – Nidra rosnou de volta.
- Olha como fala comigo, sua imunda —
- Cale-se, Tarmak! – Nillmer disse.
- CHEGA! – Daian rugiu.
Todos pararam de
discutir e olharam para o rei..
- Nillmer, explique. – O rei ordenou.
- Eu não queria ficar fingindo que estava tudo bem como
vocês fazem, queria conhecer a província e fugir, mas acabei esbarrando na
Nidra.
- Elas não lhe fizeram mal? – Tarmak perguntou, ainda
olhando torto para a filhote.
- Não, Tarmak! Pare de agir como idiota, elas são parte do
reino e merecem respeito!
Tarmak rosnou
baixinho. Todos esperavam o veredito do rei.
- Não vou colocar a culpa toda em vocês – ele disse para
Tharena e Nidra - mas que fique como aviso. Se estivessem no desfile como é
ordenado, isso não estaria acontecendo.
- E os leões errados poderiam encontrar o príncipe no meu
lugar! – Nidra respondeu – Existem muitos aqui que adorariam estraçalhar o
príncipe e mandar pedaço por pedaço pra você, mas tudo que eu fiz foi conversar
com ele!
- Nidra, cale-se! – Agora era Tharena quem estava zangada.
- Merecem punição – Tarmak disse para o rei.
- Não vou puni-las, a culpa também foi de Nillmer. Vamos
esquecer isso. Estão dispensadas do desfile. Venha, filho. - Daian parecia furioso, mas tentava falar com calma.
- Eu sinto muito – Nillmer disse para Nidra – Não queria que
isso tivesse tomado esse rumo.
- Não precisa se desculpar, príncipe! – Tharena puxou Nidra
– Nunca mais vai acontecer de novo!
- Fico muito feliz em ouvir isso! – Tarmak provocou.
Tharena pegou
Nidra na boca e a levou, sem deixar o príncipe se despedir dela. Nillmer foi
posto de volta na segurança do comboio e teve que aturar aquilo até o fim da
tarde.
Quando
chegaram na caverna, Nidra e Tharena começaram a “conversar”.
- O que estava
pensando?! Achou que miraculosamente o rei decidiu ser relaxado com seu único
filho e o deixou vagando à vontade pela província?!
- Eu não disse
isso! Ele caiu em cima de mim e começamos a conversar, só isso!
- Seu dever era
se afastar! Olha o mal que eles nos causam!
- Não é culpa
do Nillmer, ele é só um filhote e não pode fazer nada!
- Não acredito
que você vai defende-lo! Entenda que vocês não podem ser amigos! Acha que
aquele conselheiro te receberia todos os dias no palácio?! Ele te mataria na
primeira oportunidade!
- Eu não
quis...Olha, não vou discutir com você, afinal, não fiz nada errado! Vou
descansar, tchau.
~~~~~~~~~~~NAQUELA NOITE~~~~~~~~~~~~~
- Qualquer um
daqueles favelados podia ter te matado!
- Você exagera.
- Isso não é
brincadeira, Nillmer! Eu podia ter perdido você!
- Eu só
conversei com ela, e se quer saber, foi muito mais agradável do que conversar
com essas filhotes tontas que você me empurra. Não quero discutir com o senhor.
Nillmer subiu ao topo do rochedo, gostava de ir lá quando queria ficar sozinho. Se sentiu triste por Nidra e sua irmã, afinal, se fosse pelo Tarmak, as duas teriam sido exiladas mesmo não tendo feito nada. Ele prometeu pra si mesmo que as coisas seriam diferentes no seu reinado, e quem sabe, um dia poderia ser amigo de Nidra sem nenhum problema.
Na manhã
seguinte, Nillmer acordou entusiasmado demais. Ele decidiu que iria encontrar
Nidra para pelo menos se desculpar pelo que tinha acontecido no dia interior,
mas não podia sair do rochedo e simplesmente aparecer na província. Ele tinha o
animal ideal para esse serviço.
- Enéias!
Enéias, preciso de um favor.
Enéias era um
dos poucos cervos que viviam no reino, a mãe dele era uma amiga de Daian.
- O que quiser,
Nillmer.
- Preciso que vá
a Província Não-Reclamada e entregue uma mensagem pra mim.
- Eu não, vou ser
devorado!
- Por favor,
preciso da sua ajuda!
- Está bem, mas se eu morrer, é sua culpa.
~~~~~~~~~~NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~
- Vai ficar
emburrada comigo pra sempre? – Tharena se aproximou.
- Não estou
emburrada. Só achei injusto você ter falado comigo daquele jeito sendo que eu
nem fiz nada.
- Só quero proteger você. Sabe que foi muito
difícil te criar, tive que pedir ajuda ao Hasir e –
- Já conheço essa
história... Só pega leve comigo, tá bem?
- Vou melhorar
nisso, eu prometo.
- Com licença –
Enéias se aproximou – me disseram que é aqui que a Nadra mora....
- É Nidra. – a
leoazinha torceu o focinho.
- É, perdão. O
príncipe Nillmer solicita sua presença no Grande Lago.
- O que ele quer?
– Tharena desconfiou.
- Apenas
conversar, eu garanto.
- Estou indo!
- Não, não está!
– Tharena colocou a pata na frente de Nidra – Já disse para esquecer o que
aconteceu.
- O príncipe lhe
suplica! – Enéias tentou.
- E eu não ligo!
– Tharena respondeu – Você não vai encontra-lo!
- Eu vou de
qualquer jeito! – Nidra rosnou – Com ou sem a sua permissão!
Tharena
suspirou. Ela era difícil igual a mãe. Era melhor deixar eles se encontrarem
uma última vez antes de terminar tudo, mas depois isso iria acabar.
- No máximo meia
hora. No máximo!
- Tá bem!
Obrigada, Tharena!
No grande lago
Nillmer esperava pacientemente. Os animais o cumprimentavam e faziam
reverências. Era gentil, mas as vezes ele queria ser deixado em paz. Essa era
uma das vezes.
- Oi, Nillmer!
– Nidra apareceu – Porque me chamou aqui? Vou ser castigada de última hora?
- Você sabe que
não. Achei você legal e não tive oportunidade pra me desculpar pelo meu pai e
meu conselheiro.
- Ta de boa,
não me abalo facilmente. – ela parecia aérea.
- Porque tá
olhando os animais com tanto interesse?
- Ahn...
- Você tá com
fome?
- Bem, a última
caça foi um coelho magrinho, há três dias.
- Você não come
há três dias?! Caramba! Caçam todos os dias pra mim!
- Todos os
dias? Bem, eu como ratos, por isso não sou tão magra... mas comer todos os
dias... parece bom...
- Posso pedir
que tragam um pedaço pra você! Tem bastante no Rochedo ainda!
- Não, não precisa, to legal. Vai ter caça
amanhã ou depois.
Ishara chegou
correndo. Ela estava muito cansada, então não conseguiu transmitir a mensagem
de imediato.
- Sem pressa. –
Nidra aguardava.
- O Hasir... e
o meu pai... reunião... agora...
Nidra rosnou.
Detestava o Hasir e o pai de Ishara era um babaca de primeira, assim como o
líder. Nada de produtivo saia daquelas reuniões, mas era obrigatório que todos
comparecessem.
- Eu tenho que
ir. Nosso “líder” está convocando uma reunião.
- Não gosta
dele?
- Ele se
declarou líder. Como a gente tava na merda mesmo, ninguém objetou. Vou indo.
- Claro,
podemos nos encontrar outro dia!
- Seria bom,
Nillmer.
- Mandarei
Enéias quando eu tiver tempo disponível, até mais!
Nidra e Ishara
voltaram para a província.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
sábado, 8 de abril de 2017
The Kingdom - Part.I
Avisos iniciais - Esse capítulo se passa meses depois do primeiro ^_^
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Os finos raios de sol já podiam ser vistos por todo lugar no
reino. O grande rei Daian já estava de pé, observando a vista privilegiada do
topo das pedras. Seu conselheiro, Tarmak, se aproximou, pronto para dar o
relatório.
- As
províncias estão bem, meu rei. Não falta comida, água, nem segurança. Por todos
os lados, todos os animais e leões elogiam seu excelente reinado.
- É muito bom
ouvir isso, Tarmak. Fico feliz em continuar o bom trabalho do meu pai. – O rei
continuou observando o reino.
- Há mais uma
coisa, meu rei. Hoje é o dia.
- Céus! Me
esqueci completamente!
- Não há
necessidade para pânico, majestade. Eu já organizei tudo, os leões guardas
estão esperando o senhor e eu comuniquei o líder Hasir sobre a visita.
- Onde eu
estaria sem você, Tarmak? Lhe devo minha vida. – O rei sorriu.
- Fico feliz
em servi-lo bem, majestade. – Tarmak abaixou a cabeça.
- Acorde
Nillmer. Ele estava ansioso para a visita, tenho certeza que ele ficará feliz
com a surpresa.
-
Imediatamente, meu rei.
Tarmak desceu
do topo do rochedo. Ser conselheiro do rei era uma tarefa muito importante e de
certa forma, de família. O pai de Tarmak era conselheiro do rei Zuma, assim
como o pai de seu pai, e assim por diante. A caverna maior era do rei e dos
outros leões e leoas importantes da corte, as cavernas mais abaixo eram
destinadas aos servos e aos soldados. O príncipe Nillmer gostava de dormir no
fundo da caverna real, assim o sol não poderia acorda-lo.
- Príncipe
Nillmer? – Tarmak lhe deu uma leve empurrada com a pata – Seu pai o aguarda.
- Porque tão
cedo? – O filhote se virou para o outro lado.
- Bem, hoje é o
dia da visita à Província Não-Reclamada.
- Jura?! –
Nillmer se levantou com um salto – É hoje mesmo?
- Não entendo
seu entusiasmo, meu príncipe. São a escória do reino.
Nillmer não
gostou do comentário.
- São o meu
povo, Tarmak! Devemos trata-los bem.
Tarmak revirou
os olhos. “Filhotes”, ele pensou.
- Seu pai o
aguarda. Siga-me.
Na Província
Não-Reclamada, Tharena já estava acordada. Tinha adquirido esse hábito depois
que a mãe morreu. Ela morava numa caverna baixa, infestada de ratos. Como não havia
muita comida na província, os roedores quebravam um galho imenso quando a caça
sumia.
- Nidra,
acorde. Hoje é dia da visita. – Ela empurrou a filhote.
- Vista de
quem? – a pequena estava zonza de sono.
- Do rei e do
príncipe, temos que estar lá.
- Eu
honestamente não me importo se suas majestades vão trazer seus traseiros reais
até aqui, eu quero dormir.
- Você sabe
muito bem que não é uma opção. Ande logo, vá ao lago. Tem uma crosta de lama no
seu pelo!
- É comum as
mães lamberem seus filhotes para limpa-los. – a pequena sorriu
desafiadoramente.
- Nem em um
milhão de anos vou lamber essa nojeira, e eu não sou sua mãe. Vá logo antes que
eles cheguem!
Resmungando,
Nidra foi até o lago. Não era grande coisa e a água de lá nunca havia sido de
qualidade, então podia banhar-se nele sem se preocupar, mas quando as coisas
ficavam difíceis por lá, até a água suja era bem vinda.
- Bom dia,
Nidra! – uma pequena gueparda se aproximou.
- Queria que
fosse bom, Ishara. Hoje é o dia da visita e eu preferia estar dormindo.
- Não deve
demorar. Hasir e meu pai anunciaram que vai levar pouco tempo.
- De qualquer
modo, eu preferia dormir.
A visita
funcionava da seguinte maneira: O rei e o príncipe caminhavam pela província
sorrindo e fingindo que estava tudo bem, cercados por leões guardas. O povo da
província, por sua vez, devia fingir que suas vidas eram maravilhosas e sorrir
também. Quem não comparecesse seria exilado. Era bem simples.
Daian e Nillmer
passavam por leões e leoas com olhares vagos e raivosos, mas que eram
facilmente escondidos com sorrisos falsos e caras de alegria superficiais. O
jovem príncipe detestava isso, ele queria explorar a província, não ficar
brincando de teatro com os outros. Uma leoa se jogou na frente do comboio e
começou um apelo para o rei. Isso causou um rebuliço e Nillmer aproveitou para
fugir. Era maravilhoso correr sem leões em cima dele para protege-lo. Distante
do desfile, ele passou um pouco de lama no pelo para se disfarçar como um
filhote normal da província. Seu pai o procuraria por todos os lados, mas o
príncipe sabia como voltar para casa. Poderia levar uma bronca, mas e daí? Logo
ficaria no passado e ele teria conhecimento de suas terras. Sem querer, ele
pisou em falso e despencou de um pequeno barranco que estava escondido por
causa da vegetação. Felizmente, algo amorteceu sua queda, mas esse “algo” não
ficou nem um pouco feliz.
- Porque não
olha por onde anda?!
- Me desculpe, eu cai e não vi que você
estava aqui.
- Então agora
eu sou invisível?!
- Eu não disse
isso, me perdoe.
- Esse dia
realmente não tem como piorar! Tenho que me lavar logo ou serei exilada, mas
Tharena disse que preciso tirar essa casca de lama do pelo! Tudo culpa desse
principezinho idiota e seu papai!
- Por um
agradável acaso, eu sou esse principezinho idiota.
Não havia
mesmo como negar. Apesar de estar sujo como a maioria dos filhotes, ele tinha
um ar de sofisticado e nobre.
- Não deveria
estar desfilando com seu pai?
- Eu fugi.
Queria conhecer a província. Me chamo Nillmer! Prazer em te conhecer.
- Eu me chamo
Nidra, e não há tanto prazer assim. Não há nada para ver aqui, além de miséria
e caos. – ela sorriu.
- Você é bem
positiva.
- Ainda não viu
nada.
- E nem
gostaria.
- Bem,
principezinho, preciso ir andando. Se eu não aparecer no seu desfile idiota,
minha irmã e eu seremos exiladas, e ela não precisa de mais problemas.
- Também tenho
que ir, afinal, sou a estrela daquele desfile. – ele se vangloriou.
- Como você é
metido! – Ela riu.
- Ainda não viu
nada. – Ele sorriu de volta
- E nem
gostaria.
- Nidra! –
Tharena chegou – Você já terminou, porque aconteceu... Espera... Ele é o...
- Príncipe
Nillmer! – Tarmak chegou gritando – Rei Daian! Eu o encontrei!
- Nillmer! – O
rei rugiu – O que está fazendo?!!
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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