segunda-feira, 18 de setembro de 2017

The Kingdom - Part.XXIII

Avisos iniciais - Mil perdões, sério! Eu raramente to tendo tempo, preciso trabalhar, me manter na faculdade provisória e estudar pro vestibular
Esse capítulo vai ser mais uma atualização dos fatos do que um capítulo, afinal, tá bem curtinho
Perdoem a falta de imagens D:
To mortinha da silva
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         Celeste emitiu um som de choque que mais parecia uma gazela em seus momentos finais, Haki virou seu rosto bruscamente e Hasir deu apenas um singelo suspiro, completamente desinteressado.
          - Você matou seu próprio filhote? - a leoa grunhiu - Como você pode ter feito uma coisa dessas?
          O grande leão albino apenas deu ombros e passou pela princesa como se ela nem estivesse ali.
          - Se não honra nem o próprio sangue, como saberemos que honrará o nosso acordo? - Hasir perguntou.
           - Você me ofende, velho companheiro. Meu filhote mais novo era fraco e inútil. Até degenerado, se quer saber. - o leão branco bocejou.
           - Degenerado? - Haki indagou.
           - Ele vivia "fugindo" com amiguinhos. Tantas filhotes fêmeas pelo reino. Ele não era feroz como Koda, esse sim era um filhote promissor. Meu herdeiro. - O leão encarou Haki - Disse que ali eu poderia encontrar algo. Koda não estava lá.
           - Eu sugeri que poderia encontrar algo, quem poderia saber? Todos que se escondem procuram a floresta.
           - É uma boa ideia, Haki. Talvez encontremos a princesa por lá. - Celeste sorriu.
           - Acredite em mim, tenho procurado incessantemente por Nidra, principalmente na floresta. Nenhum sinal dela.
           - O trato é claro. Ache meu filhote e meu exército é seu. Seu tempo está acabando, sabe que não tolero falhas e muito menos atraso. - O Príncipe Branco saiu do lugar.
            Hasir continuou no mesmo lugar, pensativo.
           - Vai deixar ele falar com você desse jeito? - Celeste perguntou, incrédula.
           - Você não o conhece como eu, jovem. Ele matou seu próprio filhote. Não se questiona alguém assim.
           - Ele mesmo disse que o filhote não significava nada!
           - E você acha que nós significamos algo para ele? - Hasir respondeu.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA FLORESTA~~~~~~~~~~~~~~~~~~
            Koda estava completamente quieto desde o incidente, se recusava a comer, beber ou falar com qualquer um. Nillmer tentou animar ou consolar o filhote na noite tempestuosa, mas o pequeno simplesmente se recusou a ficar na companhia de alguém, mandou até mesmo Cersei embora.
            - Koda? - Nidra se aproximou - Eu consegui pegar um coelho, você não quer se juntar a nós? Deve estar faminto.
            O pequeno continuou imóvel e mudo. Nidra já estava prestes a desistir, quando ouviu ele levantando.
            - Tavi adorava coelhos. Não para comer. Achava-os bonitos. - Lágrimas brotaram em seus olhos.
            - Ei, está tudo bem! - Nidra se aproximou e apoiou o filhote em suas patas - Tudo bem.
            - Mamãe disse que eu tinha que ser forte e proteger o Tavi... Eu... Eu não estava por perto...
            - Não tinha como você proteger o Tavi do seu pai, essa ação dele foi completamente imprevisível.
            - Era previsível... Ele considerou traição. Meu pai sempre detestou Tavi pelo fato dele ser mais delicado, mas tinha um apreço gigante a mim... Admirava o meu modo duro e feroz.
            - Agora que tocou no assunto, porque você é assim, Koda? Filhotes costumam ser alegres, mesmo com tantas dificuldades.
            - É difícil ser alegre quando você vê seu pai espancando sua mãe. Por isso ela nos disse para fugir.
            - E Booh?
            - Ele provavelmente a matou.
            - Koda!
            - Você acha que me alegra dizer algo do tipo? Conheço meu pai, sei do que ele é capaz. Passei todo o tempo fugindo e pensando nisso, mas sempre me segurei. Precisava ser forte pelo Tavi, precisava cuidar dele.
            - E você cuidou, entende? Tudo que você podia fazer, fez. Agora o que nos resta é fazer seu pai pagar pelo que fez.
             - Você não deveria falar para perdoa-lo?
             - Não existe perdão nesse mundo, você faz e você paga pelo que fez. É assim que é e é assim que sempre será.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.... 


quarta-feira, 26 de julho de 2017

The Kingdom - Part. XXII

Avisos iniciais - Demorei mas voltei XD
Eu comecei a trabalhar e tô bem animada. Tive que voltar pra faculdade, mas fazer o que, vamos aguentar até eu finalmente passar na facul dos sonhos
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      O tempo foi passando e Cersei ia crescendo cada vez mais. Koda e Tavi acabaram se acostumando com Nidra e Nillmer, mas o filhote mais velho continuava relutante em falar sobre sua mãe. O reino parecia mais calmo do que nunca, mas a ameaça da guerra era real. Muitas patrulhas haviam encontrados espiões ou leões do reino inimigo querendo encrenca. Daian andava cada dia mais nervoso e distante de Nillmer e de Nia, o que entristecia ambos.
       Mesmo depois de muito tempo desde sua última aula de luta na província, Nidra gostava de treinar suas habilidades de luta. Koda gostava de observa-la, enquanto Tavi e Cersei procuravam flores e brincavam com borboletas pelas redondezas da ruína.
       - Minha mãe também sabia lutar? - o leãozinho perguntou.
       - Ela foi treinada comigo, imagino que sim. - Nidra respondeu.
       - Acho que não. Se ela soubesse, teria revidado todas as vezes que meu pai bateu nela. - ele virou a cara.
       Nidra se sentiu mal pelo filhote, percebia o quanto ele se sentia triste e revoltado com aquilo.
       - Ela deve ter tido seus motivos.
       - Ela apanhava! Devia dar uma lição nele!
       - Booh temia por vocês dois, eu aposto que era isso.
       - Não quero falar sobre isso. - ele decidiu.
       Tavi e Cersei chegaram para avisar que alguém vinha se aproximando, mas como de costume, era Nillmer.
       - Você parece preocupado. - Nidra disse - Aconteceu alguma coisa?
       - Meu pai. Ele tá super estressado com a guerra, principalmente pelo fato dela nunca começar.
       - Isso não é bom? - Tavi perguntou.
       - Não. Eles sempre vão ter o elemento surpresa, isso é preocupante. - Cersei disse.
       Cersei sempre se mostrou uma filhote à frente de seu tempo, inteligente e observadora.
       - Exatamente. Falando nisso, temos que levar a Cersei pro Rochedo.
       - O que? Porque? - Nidra perguntou.
       - Nidra, ela já cresceu bastante. Mesmo que continuemos aqui, temos que apresenta-la.
       - Ainda não é seguro! Não se sabe o que a Celeste ou o Hasir podem planejar!
       - Ela não vai sair do nosso lado, só vamos leva-la, ok? Depois voltaremos pra cá.
       - Eu não sei se é uma boa ideia. - Nidra ainda estava relutante.
       - Confie em mim. - ele se abaixou para falar com a pequena - Cersei, amanhã você vai conhecer os seus avós e sua futura casa!
          - Já que você tem tanta certeza assim... - Nidra revirou os olhos - Koda, Tavi, vamos sair pela manhã, acho que voltamos ao anoitecer. Acham que podem ficar bem sozinhos? Caçarei algo para vocês comerem antes de sairmos.
          - Não se preocupe. Tudo ficará em ordem. - Koda respondeu.
          - Vai ficar tudo bem, tia Nidra. - Tavi sorriu.
          - Já vou avisando que se seu pai ou aquele ridículo do Tarmak falarem algo, iremos embora! - Nidra disse.
          - Não se preocupe, eles não vão dizer nada.
          Mas não foi exatamente isso o que aconteceu.
          Na manhã seguinte, Nidra pegou uma lebre e deixou para os pequenos comerem, depois, partiu com Cersei e Nillmer para o Rochedo. Todos que viam a pequena torciam o focinho, claramente desapontados. Quando chegaram, a situação não foi muito diferente. Eles foram recebidos pelo grupo de caça que estava ali perto. Algumas leoas tentaram disfarçar o desapontamento, mas outras nem faziam questão disso. Não demorou muito até que Tarmak chegasse.
          - Princesa Nidra! A quanto tempo... E você deve ser a princesinha Cersei. Que prazer imenso...
          - Interrompa o seu prazer imenso e avise ao meu pai que estamos aqui. - Nillmer disse, sem cerimônias.
          Daian e Nia desceram em pouco tempo. A rainha adorou Cersei e a encheu de pequenas lambidas, enquanto o rei se limitou a estudar a filhote.
         - Pequena para a idade. Tem certeza que é menina? Parece muito um menino para mim.
         - Eu sou uma menina! - Cersei protestou. - Não preciso me parecer com uma para agradar ninguém.
         - Eu sou o rei e sou seu avô. Você tem a obrigação de me agradar.
         - Não tenho não. A única pessoa que quero agradar é a mim mesma e se estou satisfeita, não existe rei nesse mundo que me fará mudar.
         Daian soltou um pequeno rosnado.
         - Insolente, igualzinha a mãe na idade. - Tarmak soltou um risinho.
         - O que você disse? - Nidra se virou para o conselheiro.
         - Ele não disse nada. - Nillmer respondeu.
         Um raio cortou o céu.
         - É melhor irmos embora. - Nidra disse, não aguentava mais ficar por ali.
         Nia pediu diversas vezes para eles ficarem mais, mas Nidra não se sentia bem ali. A tempestade desabou quando eles estavam próximos à floresta. Cersei tentava caminhar embaixo do pai, mas estava se molhando da mesma maneira, até que por fim Nidra a pegou em sua boca.
         - Você é muito protetora. - Nillmer disse.
         Nidra arqueou a sobrancelha.
         - Não me olhe desse jeito, você sabe que é verdade. Não deixa a Cersei e o Tavi se afastarem e não queria ir no Rochedo hoje. Precisa relaxar um pouco.
         Nidra revirou os olhos e Nillmer sorriu. Os dois foram andando até que viram uma silhueta próxima a entrada da floresta. O leão era alto e totalmente branco e tinha sangue na mandíbula.
         O leão apenas os olhou e seguiu seu caminho. Nidra e Nillmer se entreolharam, até que Nidra soltou Cersei bruscamente, fazendo a pequena cair no chão.
          - Mãe! - ela reclamou - Isso machucou!
          - Qual o problema? - Nillmer perguntou.
          - Ele é albino! Meu deus, Tavi e Koda!
          Nidra disparou floresta adentro, Nillmer pegou Cersei e seguiu a parceira. O coração da leoa estava a mil, ela esbarrou em tudo que estava no caminho mas não desacelerou, ganhando alguns arranhões no processo. Mas no final, não havia o que fazer.
          Koda chorava ao lado de Tavi, que não se mexia. Nidra saltou para perto dos dois e viu que havia marcas de mordida no pescoço de Tavi, marcas de uma mordida de leão adulto.
          - Ele estava longe... Não cheguei rápido o suficiente... Eu...
          Nidra abraçou o pequeno. Se perguntava como o mundo podia ser tão cruel com algo tão inocente como um simples filhote. Nillmer e Cersei chegaram logo depois e partilharam da dor. Cersei chorou muito, assim como Nidra, mas Koda estava chocado, não conseguia esboçar reação.
          Naquela noite, o céu chorava, mas não mais do que o coração de Koda.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
   

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Estrelas cadentes

Avisos iniciais - Esse é um pequeno prólogo da minha nova história de Pride Lands. Nele, irei contar brevemente como a "fagulha" para a perdição do reino começou.
Eu vou terminar The Kingdom antes de continuar isso... ou talvez eu solte outros prólogos pequenos como esse XD
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    A noite estava belíssima. O céu era de uma cor azul intensa, mas o brilho das estrelas iluminava qualquer coisa que pudesse alcançar. Os animais do reino estavam calmos e contentes. A rainha podia ver algumas estrelas com uma espécie de cauda, o que lhe despertava um profundo interesse. Quando era pequena, viva correndo atrás do xamã do seu reino, implorando para que lhe contasse tudo que sabia sobre as estrelas que caiam.
     - Jovem princesa - o babuíno ancião sorriu - Não são estrelas que caem. O correto é "estrelas cadentes".
      A leoazinha torceu o focinho.
     - Porque? Elas caem, seria melhor colocar "estrela cainte". De qualquer forma, o que isso significa?
     - Elas são um presságio, jovenzinha. Podem significar um tempo conturbado ou um tempo muito feliz.
     - E como vou saber qual tempo vai ser?
     - É só uma crença, princesa. Você é quem decide se o tempo será conturbado ou feliz, suas escolhas irão definir isso.
     Uru abriu os olhos e estremeceu. Pensar no seu reino lhe fazia sentir muita saudade, mas agora isso era passado. Ela era a rainha Uru, esposa do rei Ahadi e mãe do futuro rei, o príncipe Mufasa. Ela devia ser um exemplo a todos e orgulhar sua família.
      - Uru. - Ahadi se aproximou - Que bom que eu te encontrei.
      - Meu amor! - ela sorriu - O que houve? Disseram que queria falar comigo.
      - E eu quero.
      - Você parece mal, aconteceu alguma coisa?
      - Eu preciso te contar algo, algo que não é muito fácil de ser dito.
      - Bom, você pode tentar se acalmar primeiro, depois dizer.
     Ahadi respirou fundo.
      - Você... você se lembra da Keyra?
      - Keyra... Ela não é uma das servas daqui?
      - É, exato...
      - Então, qual o problema?
      - Uru... Você sabe que nosso casamento foi arranjado... eu... eu nunca planejei ou quis nada disso...
      As orelhas dela caíram.
      - Ah... bem... e mesmo assim você aprendeu a me amar, não é? Superamos isso...
      - Queria dizer que é verdade. - ele desviou o olhar. - Antes da sua chegada... Eu pretendia me casar com Keyra.
      - Isso não é uma coisa muito amável de se dizer. - ela tentou sorrir, embora não conseguisse esconder o nervosismo - Mas tudo bem, todos tivemos um primeiro amor.
      - Você não tá entendendo. - ele suspirou.
      Ela ficou quieta, aguardando o marido falar novamente.
      - Eu amo a Keyra. Sempre irei ama-la, mas preciso manter nosso casamento. Eu sinto muito Uru, tentei aprender a te amar, mas é impossível. Não me entenda mal, você é uma leoa adorável, mas eu não a amo.
      - Nossa... isso foi... menos amável ainda. - ela tentou não parecer chateada, mas era inevitável - Bom, se é só isso, eu vou entrar, afinal, você já disse muit -
      - Eu traí você com a Keyra. - Ahadi disse de surpresa.
      O chão ficou mole sob as patas da rainha. Por um minuto ela não conseguiu reagir à notícia.
      - Não podemos acabar com o casamento. É importante. - Ahadi disse.
      - Sim, é. Tudo bem, vamos esquecer isso. Acontece. - ela não sorria mais. - Só não quero que você fique a sós com ela de novo.
      - Isso foi há um tempo. - Ahadi deixou escapar.
      - E porque você só me disse agora?!
       O leão desviou o olhar novamente.
      - Tem mais uma coisa.
      - Claro. Mais.. Mais uma coisa. Diga. Não pode ser pior. - ela estava lutando com todas as suas forças para não chorar. A rainha deve ser forte.
      - Keyra... Keyra está esperando um filhote.
      Aquilo foi demais, mas mesmo assim, a rainha não expressou reação. Seu rosto era como uma pedra, desprovido de qualquer emoção. Por dentro, Uru sentia o coração estilhaçar aos poucos, mas nada podia fazer além de aguentar.
      - Tudo bem. - ela disse, por fim.
      - Tudo bem?
      - Sim. O que você vai fazer sobre isso?
      - Eu ainda não sei, eu -
      - Ficaremos com o filhote. Vamos dizer que o encontramos. Ele será criado como príncipe e irmão adotivo de Mufasa. É o justo.
      - Uru? Você... você tem certeza?
      - Sim. Minha decisão sobre isso é final. O filhote não tem culpa da sua estupidez. - ela conseguiu dizer e descontar uma pequenina parcela de sua raiva. - Mas não quero que ele tenha contato com Keyra. Não quero vê-la. Não quero ela no meu caminho. Mandarei mata-la caso eu a veja.
       - Uru...
       - Silêncio. Te vejo amanhã... Querido.
       A leoa deu as costas a Ahadi e só ai permitiu que as lágrimas transbordassem de seus olhos. Aquilo parecia um pesadelo. Ela tomou o pequeno Mufasa entre as patas e tentou esquecer o que havia acontecido, mas era impossível. Nem todas as estrelas cadentes do mundo eram páreas para as lágrimas da rainha quebrada.


CONTINUA... DEPOIS DO FINAL DE THE KINGDOM...

sexta-feira, 7 de julho de 2017

The Kingdom - Part.XXI

Avisos iniciais - Sim sim, demorei de novo. Olha pessoal, talvez eu demore ainda mais pra postar. Eu recebi uma proposta de estágio aqui perto de casa, mas pra conseguir, preciso voltar pra faculdade, além do mais tenho que fazer o cursinho pra entrar na Unicamp, então meu horário vai ficar meio corrido. Prometo que farei o meu melhor.
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      Durante a cerimônia, Tharena e Ishara também compareceram para ver a pequena Cersei, afinal, iriam demorar para vê-la novamente. Nillmer anunciou que Nidra e a pequena filhote iriam ficar em um lugar afastado até que a princesa crescesse mais. Isso causou descontentamento por parte do rei, mas Daian não podia fazer nada além de aceitar a decisão.
      As notícias logo chegaram aos ouvidos de Hasir, que ficou furioso.
      - Eu precisava que aquela filhote morresse! - ele rosnou.
      Haki desviou o olhar, sem interesse.
      - Talvez isso seja bom, Hasir. - Ghapo disse - Assim a leoa não vai nos dar trabalho, assim como a filhote.
      - Não, não é nada bom! - Celeste respondeu - Mesmo que nos livremos de todos do Rochedo, ainda vai haver essa filhote escondida. Enquanto houver um herdeiro, o nosso reinado não será apoiado totalmente.
      - Podemos mandar espiões. O príncipe sempre vai visitar Nidra nesse local secreto.
      - Não adiantaria, Ghapo. O que quer que seja é dentro da floresta, ninguém tem coragem pra ir lá. - Haki respondeu.
      - Bom, eles tiveram e estão vivos. Acredito que não tenha nenhum monstro horrendo. - Celeste revirou os olhos.
      - Então porque você não vai? - Haki rebateu.
      - Porque eu sou um dos membros fundamentais nessa grupinho patético. Sem o apoio do meu pai, vocês nunca vão conseguir dominar o reino.
      - Você se engana. O marido da minha sobrinha se mostrou interessado na nossa causa, será uma grande ajuda, todos dizem que o Príncipe Branco é um feroz guerreiro. - Hasir se vangloriou.
      - Com uma pequena condição. - Ghapo sussurrou para si mesmo.
      - Que será muito fácil de realizar. - Hasir se voltou para o guepardo. - Por falar nisso, como anda a conscientização?
      - A maioria o apoia e lutará quando a guerra chegar, mas ainda existe alguns que não concordam com a revolução, como a irmã da Nidra.
      - Se tivermos apoio da maioria da província, estarei satisfeito.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~NO ROCHEDO~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
      - Acho que podemos dispensar a patrulha nesse lado do reino. - Nillmer disse.
      - Está louco? Precisamos de toda a vigilância possível! - Daian respondeu.
      - Seria impossível uma invasão pela Província Norte, é rochoso demais. Vamos colocar mais leões em lugares abertos.
      - Até que você tem razão. Vou repassar os planos para o general Arku.
      Depois de Daian sair, Nillmer ficou a sós para observar o reino. Não dava pra acreditar que eles realmente estavam em guerra. Quando era pequeno ele imaginava coisas do tipo e até achava legal, mas agora o pensamento lhe causava calafrios.
       - Príncipe Nillmer - uma leoa apareceu. - Perdoe-me, mas tem um filhote lá em baixo procurando a princesa Nidra.
       - Um filhote? Como assim?
       - Um filhote, senhor.
       - O que ele disse?
       - Disse que se chamava Koda e que precisava da ajuda da princesa Nidra.
       Nillmer arqueou a sobrancelha.
       - Não conheço nenhum Koda, mas vou descer e ver o que é, obrigado.
       Na entrada do Rochedo, Nillmer viu um filhote branco sentado.
       - Você está procurando a princesa Nidra? - Nillmer se aproximou.
       - Sim.
       - E porque?
       - Só posso dizer diretamente, por favor, chame-a.
       - Eu sou o marido dela, príncipe Nillmer. Pode falar comigo.
       O filhote olhou para ele, implacável.
       - Eu devo falar com a princesa.
        - Garoto, por favor, colabore comigo. - Nillmer suspirou - Você é daqui?! Nós avisamos que a Nidra e a minha filha ficariam escondidas.
        - Não sou um espião, pode confiar em mim.
        - Você é realmente difícil. Pelo menos me diga quem é você.
        - Sou Koda. Príncipe Koda.
        - Eu não conheço nenhum príncipe Koda.
        - Meu reino fica distante. Sou filho do Príncipe Branco e da princesa Booh, ela era amiga da princesa Nidra.
        Nillmer recorreu a memória e se lembrou de uma tarde, quando eram filhotes. Nidra havia levado os novos amigos, Haki e Booh.
         - Ah, eu me lembro dela. Algum problema?
         - Eu insisto. Preciso falar com a princesa.
         Nillmer suspirou.
         - Está bem, eu levo você.
         - Um momento. Preciso chamar o meu irmão.
         - Irmão?
         - Sim. Tavi não está longe. Um momento.
         Depois de alguns minutos Koda retornou com outro filhote branco.
         - Esse é o Tavi, meu irmão caçula.
          - Não deveríamos ficar tanto tempo em lugar aberto. Podem nos achar. - Tavi disse.
          - Não se preocupe, ele vai nos levar até a princesa.
         Nillmer levou os dois filhotes até a floresta. Tavi era assustado, já Koda aparentava ser corajoso e forte. Não demorou muito até chegarem nas ruínas, onde Nidra saboreava uma lebre enquanto a pequena Cersei dormia tranquilamente ao seu lado.
          - Nillmer? Quem são esses?! - ela se levantou.
          - Filhos da Booh, estão procurando por você.
          - Booh? Booh está no reino? - Nidra sorriu - Meu deus, vocês são parecidos com ela! Então ela realmente se casou com o príncipe?! Isso é ótimo!
          Os filhotes se entreolharam, desconfortáveis.
          - Não é tão ótimo como pensa, princesa. - Koda disse.
          - Qual o problema?
          - Ele fez mal à mamãe! - Tavi choramingou.
          - Tavi! - Koda repreendeu o irmão.
          - O que? - Nidra perguntou.
          - A mamãe sempre disse que o papai não era quem ela esperava. - Tavi respondeu.
          - Mas como assim? Ela sempre disse que um mensageiro lhe passava o que o príncipe dizia.
          - Ela falou sobre isso também. - Koda abaixou as orelhas - Não era nosso pai que dizia aquelas coisas, o mensageiro que as "melhorava". Ela disse que quando chegou no reino e viu quem ele realmente era, não tinha mais volta.
          - Ele batia na mamãe quase todos os dias. - Tavi disse.
          - Ela disse que se as coisas piorassem muito, eu deveria fugir com o Tavi e procurar a princesa Nidra, ela nos ajudaria.
          Nillmer e Nidra se entreolharam, tristes com a situação.
          - Por favor, vocês são a nossa única esperança. - Koda disse.
          - Vamos ficar um tempo e a mamãe vai voltar pra nos buscar, não é, Koda?
         Koda hesitou.
          - É... claro.
          - Claro que ficaremos com vocês. - Nidra disse - Mas precisaremos de mais detalhes posteriormente.
          Naquela noite Tavi se enfiou entre as patas de Nidra e adormeceu. Nillmer ficou com Cersei já que a esposa estava ocupada. Koda deitou afastado dos dois. Nidra se perguntava o que havia acontecido para tirar a felicidade do rosto daquele filhote.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

terça-feira, 27 de junho de 2017

The Kingdom - Part.XX

Avisos iniciais - Desculpem pela demora T-T
Só uma imagem no capítulo, mals
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     Nillmer passou um longo tempo observando a pequena antes de falar qualquer coisa. Nidra achou a situação engraçada, mas resolveu não interromper o devaneio de seu marido. Após alguns minutos, ele finalmente ergueu a cabeça e disse:
     - Ela é perfeita!
     - É mesmo. Melhor do que eu poderia imaginar.
     - Nidra, porque o Haki te ajudou? Eu encontrei ele próximo ao Rochedo e disse coisas como "você deveria dar o meu nome", "eu merecia ser padrinho".
     - Deuses, nem em um milhão de anos nosso filhote se chamaria Haki. Pra ser honesta, eu também não sei. Seria muito fácil acabar comigo ali e ainda matar o filhote ou usar ele como refém. Ele me colocou nas costas e disse pra fazer silêncio, e eu não tava em posição de recusar qualquer ajuda.
     - Ele te trouxe até aqui?!
     - Não, eu disse que perto da floresta seria o suficiente. Por sorte consegui chegar aqui a tempo.
     - Acha que ele mudou de lado?
     - Ainda é cedo pra dizer, mas pode ser um começo.
     - Agora temos que levar a Cersei pro Rochedo.
     - Tem certeza que é uma boa ideia? Tentaram nos matar.
     - Não vamos ficar lá. Acho que é melhor vocês ficarem aqui até ela ser mais crescida. Vamos apenas leva-la para apresenta-la aos meus pais e fazer as cerimônias.
     - Acha que seus pais vão gostar dela?
     - Impossível não gostar. - Nillmer sorriu.
~~~~~~~~~~~~~~NAQUELA MESMA NOITE~~~~~~~~~~~~~~~~

      O leão solitário caminhava de volta pra casa. Os vigias do Paredão já haviam notado sua presença e corrido pra alertar seu chefe. Não demorou muito até que Hasir e Celeste aparecessem para se juntar a Haki.
      - Conseguiu? Está feito? - o leão velho perguntou.
      - Não pude. Haviam guardas. Tive que fugir.
      Celeste rosnou.
      - Ou será que você deixou ela fugir?!
      - Eu não sou traidor, Celeste. Controle sua língua. - Haki rosnou de volta.
      - Bem, essa era nossa maior esperança. Mas ainda temos mais chances. Ainda esmagaremos essa família. Celeste, vá avisar os outros e contate Tarmak, quero notícias o mais rápido possível.
      Depois da leoa sair, Hasir se colocou na frente de Haki.
      - Você será rei. Espero que ainda jogue do mesmo lado que eu, sobrinho, caso contrário, será o líder dessa podridão.
      - Sou leal, tio.
      - É bom que seja. E contate sua irmã. Talvez o marido dela apoie nossa causa.
      - Booh? Ela não faz contato há muito tempo, talvez queria se desligar.
      - Tente, eu quero aumentar o exército.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~NO OUTRO DIA~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

       Quando o dia raiou, Nidra e Nillmer partiram. Os olhos da pequena demoraram a se acostumar com a claridade, mas não demorou até seus olhos curiosos percorrerem cada canto do caminho. Foram recebidos pelo conselheiro Tarmak.
       - Principe Nillmer... e princesa Nidra. Estavamos preocupados.
       - Tenho certeza que sim. - Nillmer revirou os olhos - Felizmente, aqueles que procuravam ferir Nidra e o meu filhote não obtiveram sucesso. E quando eu descobrir quem foram, vão pagar por esse ultraje.
        Tarmak sorriu.
       - Tenho certeza que sim, meu príncipe. Vejo que temos um novo príncipe.
       - É uma menina. - Nillmer o corrigiu.
       - Menina? - aquilo pareceu divertir Tarmak - Todos os herdeiros são meninos. É a tradição.
       - Pois ela será quebrada hoje. Anuncie que estamos aqui.
       Depois que o conselheiro saiu, Nillmer tentou acalmar sua leoa.
       - Está tudo bem, prometo que dessa vez não vai acontecer nada.
       Nidra balançou a cabeça, mostrando desconforto.
        Daian e Nia vieram apressados até os dois. Nia correu e abraçou Nidra, enquanto Daian suspirou aliviado.
        - Fico feliz que tudo tenha dado certo no final. - o rei disse - Ainda estamos procurando os culpados de tentar algo contra esse lindo filhotinho.
        - Pai... É uma menina.
        Daian arqueou as sobrancelhas.
        - Mas todos os -
        - Eu sei - Nillmer interrompeu o pai - Sei que todos os herdeiros são meninos, mas a Cersei acabou de quebrar isso.
        Houve um momento de silêncio até que Nia empurrou Daian para que o marido dissesse algo.
         - Ahn... Eu tenho certeza.... Que será uma ótima... Rainha. - ele conseguiu dizer.
         - Será mesmo, a melhor de todos os tempos! - Nia sorriu.
         Durante as cerimônias e apresentações, houveram olhares tortos para a jovem princesa. Principalmente por parte do rei e do conselheiro.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

sexta-feira, 16 de junho de 2017

The Kingdom - Part. XIX

Avisos iniciais - Ahá! Aposto que vocês não esperavam por outro capítulo tão cedo! Mas já devo avisar que ele é grande, mas vai valer a pena, acreditem :D
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      As semanas foram passando tão rápidas como as águas de uma correnteza. Tudo parecia na mais perfeita calma no reino. O rei ordenou que as províncias enviassem leões para patrulhas nas fronteiras, e em pouco tempo, vários leões e leoas podiam ser vistos "marchando" pelo reino. A tensão com a Província Leste ainda era um assunto que estava no ar, mesmo com a visita do rei, o líder de lá parecia relutante em apoiar uma causa criada por uma leoa da escória.
      Enquanto as coisas iam acontecendo, Nidra continuava escondida nas ruínas da floresta. Sua barriga já havia crescido bastante desde que percebeu a gravidez. A dieta na floresta não era lá das melhores, mas ela tinha o suficiente para se alimentar bem e não passar fome. Nillmer a visitava todas as noites, tomando todo o cuidado para não ser seguido por ninguém.
       - Acha que a hora está chegando? - Ele perguntou.
       - Sim, eu sinto isso. Olha, eu tenho mesmo que ir?
       - Eu também não gosto da ideia, mas foi uma ordem do meu pai.
       - Alguma coisa vai acontecer, eu não quero dar a luz por lá!
       - Sei disso, também não quero, mas precisamos ir!
       - Não tem outro jeito?
       - Não, eu sinto muito. Mas relaxa, eu vou estar lá pra você!
       - Eu espero que sim, porque eu vou ter um ataque!
       - Você não vai ter um ataque, vai ter um filhote! Então mantenha a calma.
       - Meu pai está no Rochedo? Não disse nada dele.
       - Ele foi embora alguns dias depois do casamento.
       - Acha que ele volta?
       - Eu espero que sim.
       - Honestamente, eu também.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~ NA PROVÍNCIA N.R. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

       Haki olhava para as estrelas com muita atenção. Esses planos de guerra eram muito confusos para a sua mente e o fato dele ter que se casar com a princesa Celeste também não o ajudava a se concentrar nas coisas. Hasir havia notado uma certa inquietação por parte do sobrinho.
       - Qual o problema, meu jovem? - o leão se aproximou.
       - Só estou distraído.
       - Pensando na sua "adorável" noiva?
       - O senhor sabe muito bem que eu detesto a Celeste.
       - Mas se casará com ela mesmo assim, essa aliança é necessária para a nossa revolução.
       - Tio, é perigoso demais. E se o conselheiro descobrir?
       - Aquele tolo não perceberia um pavão na frente do focinho. Precisamos de informações do Rochedo, e particularmente, achei fácil engana-lo.
       - Mas se ele descobrir, vai nos denunciar pro rei, e Daian nos esmagará.
       - Ele não conseguirá. Nossos leões e leoas são bem treinados, mais fortes do que aqueles guardas inúteis.
       - Estou de pleno acordo. - Celeste se aproximou com seu sorriso presunçoso. - A barriguda chegou no Rochedo, Tarmak fez contato. Achei que gostariam de saber.
       - Haki, precisarei de você. Para provar sua lealdade e força, precisarei que faça algo por mim. - Hasir disse.
       - O que?
       - Precisarei que mate o filhote de uma traidora.
       - Você está me pedindo para matar o filhote da Nidra?!
       - O filhote de uma traidora. Quando for líder, não deve ser piedoso! Ela é uma traidora e esse filhote não deve vingar.
       - M-mas é um filhote! Eu não posso...
       - Tá, então eu faço. - Hasir deu as costas ao sobrinho. - Precisarei achar outro sucessor.
       - Não! Eu faço. Me perdoe o momento de fraqueza. - Haki virou a cara.
       - Apenas faça o que deve ser feito.
      A noite estava quieta. Nidra e Nillmer chegaram no Rochedo quando a lua estava no auge. O rei e a rainha vieram imediatamente para receber a princesa.
       - Nidra! Senti saudade de você! - Nia lambeu a jovem leoa. - Venha, já preparamos tudo, as servas já estão prontas para te ajudar.
       - Servas? Mas eu pensei que o Nillmer...
       - Eu também pensei! - Nillmer objetou - Eu não vou ficar com ela?
       - Não, meu filho. Só as servas ficam com a princesa, o resto deve esperar.
       As servas vieram e levaram Nidra para uma caverna próxima ao topo, mas a princesa já havia notado que ninguém ficava por lá, devia ser o lugar onde os herdeiros nasciam.
       - Não há porque ficar ansioso, Nillmer. - Daian sorriu - O príncipe vai nascer forte e saudável.
       - Príncipe? Mas pode ser uma menina também.
       - Claro que não. - O rei riu como se aquilo fosse uma piada - Os primogênitos sempre foram meninos.
       - Meu rei! - uma leoa chegou correndo - Incêndio! Na campina real!
       - Fogo? Mas como isso foi acontecer?! - Daian perguntou.
       - Não sabemos, o fogo apenas surgiu!
       - Temos que chamar os elefantes! Vamos, Nillmer!
       - Mas pai -
       - Sua leoa ficará bem, mas se o fogo se alastrar, a vida dela estará em risco! Vem!
       Daian e Nillmer correram para fora do Rochedo. Nia não sabia ao certo o que fazer, mas resolveu juntar o grupo de caça para ajudar o rei e alertar os animais, Nidra ficaria bem com as servas. Pelo menos foi o que ela pensou.
        Nidra estava deitada no centro da caverna, com duas leoas ao seu redor. Sua visão estava embaçada por causa das dores que começava a sentir. As servas a rodeavam, analisando tudo.
       - Não tem porque se preocupar - uma disse - só tente relaxar.
       - Logo você estará bem. E o seu filhote também.
       - Bem mortos! - a outra riu.
       - O que?! - Nidra levantou a cabeça, zonza.
       - Ora, você não achou mesmo que ia se safar, né?
       Nidra tentou focar nos rostos, mas não eram familiares.
       - Há quanto tempo, minha estrela! - Haki apareceu na entrada da caverna.
       - Haki?! O que? - ela se desesperou - O que tá fazendo aqui?
       - O meu trabalho. Vocês duas, saiam.
       - Mas seu tio disse que deveríamos ficar! - uma protestou.
       - Eu estou dizendo para saírem! Eu cuidarei disso.
       As duas leoas saíram depressa da caverna.
       - Por favor, agora não! - Nidra chorou - Haki!
       - Não precisa chorar, só vai piorar o meu dia! Agora fique quieta, eu tenho que fazer isso.
       Foram necessárias duas horas para o incêndio ser apagado. Nillmer e o resto do grupo voltaram correndo para o Rochedo, ele calculava que Nidra já estivesse com o filhote nas patas.
        - O que?! - O príncipe rugiu - Como assim ela não está na caverna?!
        - Sinto muito, senhor! - um leão disse - Parece que as servas não eram leoas do Rochedo.
        - E ninguém percebeu?! - Daian rosnou - Meu neto pode estar morto agora!
        - Nós não sabemos, vamos procurar a princesa pelo reino, ela pode estar bem! - Nia disse.
        Nillmer correu a frente de todos, procurando pelas redondezas do Rochedo. Depois de alguns minutos, ele avisou um leão que certamente não deveria estar ali.
        - Bela noite, não acha, príncipe? - Haki sorriu.
        - Seu maldito! - Nillmer avançou no leão e o derrubou - Foi você, não é? O que você fez?!
        - Eu fiz o que deveria fazer. Agora, onde você aprendeu a lutar assim? É péssimo.
        - Cale a boca! Você vai pagar com a sua vida! Seu maldito!
        - Nossa, isso é jeito de falar comigo?! - Haki revirou os olhos - Eu merecia uma recompensa. Talvez pudesse virar padrinho, o que acha? Talvez você possa até colocar o meu nome no seu filhote! Ah não, Nidra detestaria.
        - Padrinho? - Nillmer piscou, confuso - Do que é que você tá falando?!
        - Eu não matei sua preciosa leoa. Devia me agradecer, não me sufocar! Eu a tirei de lá o mais rápido possível, mas ela se recusou a aceitar minha ajuda para leva-la até seu esconderijozinho idiota. Durona, não é?
        - Nidra... ela tá viva?! Está bem?!
        - Isso eu não sei. Eu a deixei próximo a floresta. Se você for rápido, talvez possa descobrir por si mesmo.
        Nillmer saltou de cima do leão e correu o mais rápido que podia. Sua cabeça girava e doia ao mesmo tempo. Foi muita coisa para um dia só, realmente. Quando entrou na floresta, ignorou totalmente qualquer obstáculo que se colocasse no caminho, atropelou pedras, galhos, riachos e animais. Nas ruínas, ela pode avistar a leoa deitada de lado, sem se mexer e já pensou no pior.
        - Nidra! Caramba, me desculpa! Eu não devia ter ido até lá, era claramente uma armadilha! É tudo culpa minha, me perdoe!
        A leoa virou a cara, zangada.
        - Será que você pode parar de gritar? Eu to exausta e não quero ouvir o seu chilique!
        - Você tá bem! Graças aos deuses! Eu achei que ia te perder!
        - Você não me perdeu, mas perdeu o nascimento dessa coisa fofa.
       Nidra ergueu a pata e abaixou a cabeça para apoiar o pequeno e mole corpinho de pelo escuro que estava no chão ao seu lado.
         - Essa é a Cersei, nossa herdeira.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

quarta-feira, 14 de junho de 2017

The Kingdom - Part.XVIII

Avisos iniciais - É, eu to demorando pacas pra postar, desculpa! Vou tentar parar com essa demora ;u;
E não, o capítulo não vai ter imagens, perdão! Eu andei modificando algumas, mas elas só serão usadas mais pra frente (spoiler: São dos POSSÍVEIS filhos do Nillmer e da Nidra)
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      Quando amanheceu, Nillmer partiu para o Rochedo ver como as coisas estavam por lá. Daian andava de um lado pro outro, parecia zangado. Nia tentava acalmar o rei, mas em vão, afinal, o conselheiro parecia fazer o possível para lembrar Daian a cada segundo que uma guerra estava próxima.
       - É realmente uma situação delicadíssima, vale lembrar que é tudo culpa daquela -
       - Daquela o que, Tarmak? - Nillmer chegou.
       - Ah, príncipe Nillmer, estavamos... preocupados com você.
       - Imagino que sim. - Nillmer revirou os olhos - Alguma novidade?
       - O reino dos pais da Celeste ainda não se pronunciou - Nia respondeu.
       - O problema é que as Províncias Sul e Leste não parecem inclinadas a nos ajudar na guerra. A do Rio declarou apoio total, mas a Norte e a Não- Reclamada estão em silêncio. - Daian disse.
       - Sobre a província Não-Reclamada já era de se esperar, mas só precisamos de tempo até recuperar as outras. - Nillmer arriscou.
       - E a Nidra? - Nia perguntou.
       - Ela está escondida. Achou melhor não retornar tão cedo pra cá.
       - É o mínimo depois de tudo que ela causou. - Tarmak murmurou.
       - O que está feito, está feito! - Nia rosnou para o conselheiro.
       - Logo ela vai voltar.
       - Ela tem que voltar. A tradição deve ser respeitada. - Daian disse.
       - Eu não concordo. Já ficou bem claro que muitos aqui estariam dispostos a prejudicar ela e eu não vou arriscar a vida da Nidra ou do meu filhote. - Nillmer respondeu.
       - A tradição deve ser respeitada. - Daian reafirmou - Ela terá toda segurança que precisar.
       - Pai, eu preciso discordar! É claro que vão tentar alguma coisa! - Nillmer respondeu.
       - Você já quebrou muitas regras, mas essa eu exijo que não quebre! Os herdeiros nascem no Rochedo, sem exceção! - Daian aumentou a voz.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~~~~~~~~
        Hasir e Ghapo ordenaram que os treinos fossem intensificados. A maioria dos habitantes compareciam, com algumas exceções.
        - Você teve notícias da minha irmã? - Tharena perguntou.
        - Difícil dizer. A última vez que a vi ela estava fugindo junto com o Nillmer para algum lugar. Tive que volta para ajudar o cervo Enéias. - Ishara respondeu.
        - Essa menina só arruma encrenca! - Tharena rosnou - Agora pra piorar, estamos em guerra.
        - O que você acha que vai acontecer?
        - Não sei, mas boa coisa não vai ser. Tenho certeza que o Hasir vai aprontar alguma coisa.
        - Vamos precisar de toda ajuda possível. Acha que...hum... seu pai ajudaria?
        - Eu não tenho um pai! E eu não preciso da ajuda dele! Se ganharmos, vai ser por mérito nosso.
        - Que tal o reino da Booh? Ela virou rainha, não é?
        - Sim, mas a Booh não faz contato a muito tempo.
        - O que houve?
        - Não sei, Ishara. Acho que agora ela tem os seus assuntos pra cuidar. Só nos resta esperar.
~~~~~~~~~~~~~~~~MAIS TARDE~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
        - Não foram vocês que ajudaram a causar o tumulto no casamento? - Tarmak rosnou - Não faço aliança com a ralé!
        - Ah, mas nós concordamos plenamente. - Hasir sorriu - Não achamos certa a atitude da "princesa" Nidra. Até achamos que ela não deveria ter se casado com o príncipe.
        - Exato. Isso foi um ultraje.
        - Precisamos da sua ajuda, conselheiro. Nos ajude, e ajudaremos você a restaurar a ordem das coisas.
        - O que vocês querem?
        - Apenas informações sobre o que se passa no Rochedo. Não temos muito contato com o rei e os assuntos, o que é triste, já que as outras províncias recebem todas as notícias.
        - Então vocês pretendem declarar apoio ao rei na guerra?
        - Mas é claro! - Hasir sorriu - Entretanto, precisamos de informações sobre o que se passa. Se nos ajudar, ajudaremos você a devolver Nidra ao lugar que ela merece, ou seja, de volta pra casa. O príncipe se casará com uma leoa apropriada e tudo voltará a ser como era.
        - Gostaria que fosse verdade, mas ela está esperando um filhote, essa bola suja de pelos está destinado a se tornar o próximo rei.
        - Talvez possamos fazer algo a respeito. - Hasir sorriu.
        - Agora que tocou no assunto, todos os herdeiros nascem no Rochedo, e o rei Daian deixou isso bem claro na reunião de hoje. Nidra terá que vir pra cá para dar a luz.
        - O que?! Nidra não estava no Rochedo?! Onde ela ficou?
        - Pelo que o príncipe disse, ela está escondida.
        - Isso é um problema, mas logo o resolveremos. Quando a hora se aproximar e a nossa leoa aparecer no Rochedo, deve me informar imediatamente. Daremos um fim à esse filhote impuro e eu levarei a leoa pra casa.
        - Então esse é o nosso acordo?
        - Pode ter certeza, meu caro.
       Tarmak sorriu e voltou para o Rochedo. Hasir o observou e depois virou as costas para voltar à Província.
        - Tolo.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

domingo, 28 de maio de 2017

The Kingdom - Part.XVII

Avisos iniciais - Desculpaaaaaaa! Eu demorei mais do que 2-3 dias, sinto muito! Receio que agora eu demore mais pra postar os capítulos, mas eu vou terminar The Kingdom antes de recontar a história de Pride Lands.
Bem, como vocês já devem ter visto no meu post de desabafo, a vida me deu uma rasteira. Achei que tinha acabado, mas agora ela vem e me da um tiro, uma voadora e o gancho de direta, mas fazer o que.
Capítulo curto, mals!
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      A lua estava alta e brilhante, como todas as noites de verão. Nidra desceu as pedras do Rochedo com pressa, quase caindo em alguns pontos. Esperava que seu marido não a seguisse, precisava de um tempo para refletir no que havia acontecido. Só havia um lugar para ir: as ruínas na floresta. Era seu lugar e de Nillmer, ninguém mais na terra conhecia. Aza apareceu atrás das árvores e resolveu falar com a amiga.
      - Nidra! Pra onde você vai?
      - E-eu não posso falar. Mas o que você tá fazendo aqui? Você não estava no Rochedo?
      - Eu tava, mas sua irmã me pediu para ver se Haki e Hasir haviam feito mal ao Enéias.
      - Ele não morreu?!
      - Na verdade, está por um fio. Aqueles idiotas só queriam assustar o príncipe, mas o ancião já ta cuidando do Enéias, acho que ele vai ficar bem.
      - Nidra! - Nillmer chegou correndo - Tharena estava te procurando!
      - Ela ainda está no Rochedo?
      - Não, ela foi embora assim que seu pai tentou se aproximar.
      - Eu preciso ir atrás dela, sabem como ela fica. Até mais e boa sorte. - Aza se foi.
      - Você quer ir pras ruínas? - Nillmer perguntou.
      - É, eu quero.
      Os recém-casados andaram calados por todo o caminho até as ruínas. Quando chegaram, Nidra rugiu o mais alto que pode e começou a dar patadas em galhos e pedras soltas.
      - Meu pai queria um visual novo pro Rochedo, talvez devessemos contratar você pra quebrar tudo.
      - Você tá achando graça?! Estamos em guerra! E é tudo culpa minha!
      - Não é culpa sua, não tinha como prever a reação da Celeste!
      - Era bem óbvia, na verdade. Claro que ela apareceria só pra provocar, e eu me deixei levar.
      - Já passou, tá bem? Vamos tentar esquecer isso.
      - Você precisa voltar pro Rochedo pra discutir as coisas de guerra com seu pai.
      - E você? Vai voltar comigo, não é?
      - Não acho que seja uma boa ideia. Todos devem me odiar agora.
      - Não diga bobagens, foi um acidente.
      - Pare de me defender! Você sabe que foi culpa minha.
      - A única coisa pela qual você tem culpa é ter deixado a Celeste viva depois de tê-la atacado.
      - Nossa, você não é dessas coisas.
      - Eu estou com raiva também. Era pra ser o nosso dia especial e tudo isso acontece.
      - Sinto muito. Mas o que importa é que estamos juntos, para sempre! E além do mais, eu acabei descobrindo uma coisa.
      - O que é?
      - Bom, eu descobri que nós não mentimos.
      - Do que você tá falando?
      - O filhote! Não é de mentira!
      - Sério?! Isso é ótimo!
      - Mais ou menos... Quer dizer, estou muito feliz pelo nosso filhote, mas olha só no caos que ele vai nascer!
      - Não vamos nos preocupar com isso agora, tá bem? Você não deve se preocupar com nada agora.
      - Olha lá hein, não vai me mimar muito, vou ficar mal acostumada.
      - Vou correr esse risco.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~ NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
          Haki estava sentando olhando para a lua e pensando o que estaria acontecendo no Rochedo. Será que todos se voltariam contra a Nidra e fariam algum mal à ela? Não podiam, agora ela era uma princesa, esposa do futuro rei. Ele queria voltar no tempo e ter sido alguém melhor para a leoa, talvez hoje as coisas fossem diferentes.
         - Pensando na sua musa? Ela quase me matou. - Celeste apareceu.
         - Ela poderia ter feito, se não houvesse interferência dos outros. Meu tio não achou sua encenação muito convincente...
         - Não me importo com o que aquele velho pensa. Está feito. 
         - Você poderia arrumar um motivo melhor.
         - Nós realmente vamos discutir sobre teatro?! O que importa é que eu consegui, estamos em guerra!
         - É, pode ser.
         - E o acordo, você se lembra, não é?
         - Porque tanta empolgação pra se casar comigo? Se eu fosse você, abaixaria a bola.
         - Meu querido, de você eu tenho é pena. Eu quero ser rainha e não importa o rei idiota que eu vou ter do meu lado. Nillmer e eu poderiamos ter sido o casal perfeito, mas ele preferiu aquela aberração mestiça. 
         - Você quer realmente falar mal da Nidra na minha frente?
         - Querido, acho bom você se acostumar. Ela não vai mais voltar pra você e eu serei sua esposa. Pode tentar começar a gostar de mim ou simplesmente me ignorar, eu vou optar pela segunda opção.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

   

domingo, 14 de maio de 2017

Os três grandes - Atualização

    Olá! Desculpem, imagino que vocês estavam esperando um novo capítulo de "The Kingdom", mas eu queria mostrar minhas novas criações! Ahadi, Keyra e Uru! A Vitani Braga tinha desenhado pra mim, mas depois de um tempo pensando mais no design deles, eu modifiquei algumas coisas, olhem só:
    Ainda não me decidi se vou mudar algo, pois ainda estou planejando. Vou contar de novo a história de Pride Lands (Rei Ahadi - Rei Kovu/Kopa). Não sei se vou manter a versão em que Keyra e Uru são irmãs, afinal elas são bem diferentes. A única coisa que vou manter com certeza é que Mufasa é filho da Uru e o Scar é filho da Keyra, desculpem por essa informação obvia.
     Até a próxima!

quinta-feira, 11 de maio de 2017

The Kingdom - Part.XVI

Avisos iniciais - Capítulo comprido!
Eu notei que vocês ficaram um pouco surpresos com o fato do Nillmer não saber lutar auehuaheuaheuhauea
Então, eu tentei deixar esse reino o mais parecido possível com uma sociedade humana. Claro que, existiram alguns reis que partiam pra guerra e lutavam ao lado dos soldados, mas a grande maioria não o fazia, por isso eu já disse em capítulos passados que existem "leões guardas" no Rochedo ^_^
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      Semanas passaram e finalmente o dia do casamento havia chegado. Nidra continuava sendo mal vista por algumas leoas e principalmente, por Tarmak. Nillmer ainda não sabia o que estava acontecendo e isso o deixava aflito, pois podia perceber que algo não estava certo. Tharena e Ishara chegaram ao Rochedo pela manhã e quase foram barradas pelos guardas.
       - Somos convidadas da futura rainha! - Tharena disse.
       - Podem muito bem ser apenas umas faveladas se aproveitando da situação! - um deles disse.
       - Mas não são! - Nidra desceu - Por favor, deixem a minha irmã e minha amiga passarem!
      Os leões abriram alas e Tharena e Ishara puderam entrar no Rochedo. A gueparda estava fascinada pelo tamanho do lugar, já Tharena estava desconfiada demais.
       - Onde ele está? - Tharena perguntou.
       - Quem? Nosso pai?
       - Ele NÃO é nosso pai!
       - Tá bem, ok! Ele saiu com o pai do Nillmer, não sei onde foram.
       - Ótimo, tomara que ele morra por lá.
       - Tharena...
       - O que? Vai dizer que ta do lado dele agora?
       - Não to dizendo isso, só acho que você devia conversar com ele...
       - Eu não quero, tá bem? Brinquem de papai e filinha o quanto quiserem, eu estou fora disso!
       - Você deveria pelo menos tentar ouvir o lado dele, sabia?
       - Ah é? E você deveria ouvir o lado da mamãe... oh, é mesmo, ela está morta!
       Nidra bufou.
       - Não quero discutir com você, hoje é o dia do meu casamento e se me der licença, vou procurar algo pra comer.
       - Você comeu há uma hora atrás! - Nillmer apareceu. - Oi Tharena, oi Ishara!
       - E dai? Não posso sentir fome não? - Nidra rebateu.
       - Claro que pode, vai lá.
~~~~~~~~~~~~~~~~PERTO DO ROCHEDO~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
       Enéias andava de um lado para o outro, completamente nervoso. Fora feito para correr, ser gracioso, belo e veloz, não para afugentar leões do mal. "Nillmer espera que eu faça o que? Bote pra correr os dois leões?! Eu sou um cervo!". Depois de se libertar de seus pensamentos, o jovem cervo viu dois leões surgindo no horizonte, eram Hasir e Haki.
       - Ahn...Olá! Eu sou Enéias e trago uma mensagem do meu príncipe!
       - Olha só, tio! Eles fazem da comida seus animaizinhos de estimação! - Haki caçoou.
       - Seja gentil, Haki. O que você quer, cervo?
       - Meu príncipe disse que vocês não podem ir até a cerimônia!
       - Ora, mas isso me entristece profundamente! - Hasir rodeou Enéias - É uma tradição muito antiga, todos os líderes vem prestigiar o casamento real, principalmente o líder da província da noiva!
       - Você não é um líder legitimado! - Enéias protestou.
       - E no entanto, sua majestade nunca me disse para renunciar. É melhor sair da nossa frente, jovem cervo.
       - Não! Meu príncipe me deu uma ordem e eu vou cumpri-la. Vocês não vão a cerimônia!
       - E quem vai nos impedir? - Hasir revirou os olhos.
       - Eu!
       - Gostaria de vê-lo tentar. - Haki sorriu desafiadoramente.
~~~~~~~~~~~~~~~~NO ROCHEDO~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
        O babuíno ancião já havia chegado e feito a cerimônia. Nidra estava feliz, agora era uma princesa, mas sua real felicidade vinha do fato de que não havia sinal de Hasir ou de Haki, pelo menos por enquanto. Nillmer estava radiante, agora poderia passar o resto de seus dias com a leoa que amava.
       Depois da cerimônia, havia uma espécie de "festa", as leoas caçaram bastante e os convidados iam comendo e conversando. Nillmer e Nidra receberam muitos cumprimentos gentis, já outros só cumprimentavam o príncipe e falavam qualquer coisa para ela. Nillmer tentou anima-la, mas ela disse que estava tudo bem, embora estivesse mentindo.
       O ponto alto da festa se deu quando toda encrenca começou. Hasir e Haki chegaram, mas não havia nenhum sinal de Enéias, o que fez o coração de Nillmer disparar. Nidra percebeu o que estava havendo e mandou Ishara atrás do cervo.
       - Meu príncipe! Minha princesa! - Hasir falou alto - Perdoem a nossa demora, acabamos "lanchando" antes de chegar.
       Nillmer ficou estático.
       - Recebam nossos cumprimentos. - Haki se aproximou - Tem sorte, meu principe, Nidra é uma leoa que todos desejariam, inclusive eu.
       O príncipe rosnou e deu um passo a frente, mas Nidra o impediu.
       Celeste chegou logo em seguida, para o espanto de todos.
      - O que você está fazendo aqui? - Nidra perguntou.
      - Ora, sou uma princesa, ao contrário de você. Fui convidada.
      - Não por mim. - Nillmer rebateu.
      - Não importa. Ainda tenho o direito de estar aqui. Além do mais, tenho algo importante pra dizer.
      - Então diga e vá embora.
      - A escória não me dá ordens, eu falo com os iguais a mim. - Celeste respondeu, sem olhar para Nidra.
      - Eu posso quebrar os dentes dela agora ou preciso esperar a festa acabar? - Nidra perguntou para Nillmer.
      - Nillmer, querido, queria dizer que tudo isso foi um erro. - ela colocou a pata na juba dele e Nidra rosnou alto - Poderíamos ser felizes demais, com nossos filhotes de sangue puro. Agora, com esse probleminha, o sangue real não será mais puro.
      Todos da festa começaram a cochichar. Nidra olhou em volta, amedrontada.
      - A princesa Celeste tem razão. - Tarmak se aproximou. - Minha família serviu aos sangues reais, como meu filho pode servir à um leão que não é digno?
      - Ele não iria servir meu filho de qualquer jeito, eu iria te expulsar quando me tornasse rei. - Nillmer deu ombros.
       - Estão vendo? Essa leoa suja está fazendo a cabeça do príncipe, lhe fazendo virar as costas pra verdade! - Tarmak falou, alto.
       - Além de tudo isso, nem família tem. O pai abandonou porque cometeu um erro ao se unir à uma serviçal. Ele sabia a nojeira que ia eclodir da sua querida mamãe, por isso te abandonou.
       - Ah, sua maldita, agora você vai ver! - Nidra rugiu.
       Nillmer tentou segurar a leoa, mas não foi rápido o suficiente. Nidra grudou em Celeste e começou a mordê-la.
          Foram precisos Nillmer, Tharena e Daian para tirar Nidra de cima de Celeste, que aproveitou a situação.
         - Viram? Completamente selvagem e irracional. Mas não vai ficar por isso mesmo. Pode ser uma princesa agora, mas pra mim não passa de uma plebéia suja, e no meu reino, plebeus que atacam sangues reais pagam com a morte! Declaro aqui que nossos reinos estão em guerra! Vocês estão acabados!
        Celeste saiu do Rochedo. 
        - A festa terá que se encerrar agora, por favor, perdão! - Daian anunciou.
        Todos os convidados foram embora e Nidra sentiu todos os olhares caírem sobre ela. Triste e arrependida, ela fugiu para as ruínas na floresta, Nillmer correu atrás dela. O príncipe estava arrasado, um dia tão especial havia se tornado um caos completo, e ele sabia que Nidra estava se culpando.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
     

segunda-feira, 8 de maio de 2017

The Kingdom - Part.XV

Avisos iniciais - Capítulo grandinho
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     Nidra chegou no Rochedo quando o sol já estava se pondo. Algumas estrelas já podiam ser vistas ao norte do reino. Quando era uma filhotinha, Nidra sempre perguntava para Tharena onde estava a mãe e o pai delas. A jovem leoa sempre respondia a mesma coisa: "A mamãe é uma estrela. Olhe para o céu, quando você encontrar a mais brilhante de todas, significa que você encontrou a mamãe, sorrindo pra você. E sobre nosso pai... nós não temos pai, Nidra, lembre-se disso". Nidra sempre conversava com a estrela mais brilhante que podia encontrar, porém, nunca havia resposta. Quando ela cresceu e Tharena lhe contou a verdade, olhar para a estrela, de certa forma, lhe doía.
     Na entrada do Rochedo, as leoas do grupo de caça arrastavam uma zebra gorda para dentro. Algumas lhe lançaram um olhar um tanto estranho, outras nem lhe dirigiram um olhar. O conselheiro estava sentado em uma das pedras observando o trabalho. Quando avisou Nidra, saltou e caiu na frente dela.
     - Futura-rainha! O príncipe já estava preocupado com você.
     - Não havia necessidade, avisei que ia sair. - Nidra não queria conversar com ele, sabia que o leão não era bom.
     - Claro, claro. Ele comentou com o pai que você iria para aquele buraco que chamava de lar. Foi fazer o que? Visitar o verdadeiro pai desse filhote imundo que carrega?
     - Como ousa? - Nidra rugiu.
     - Você pode enganar ao príncipe, mas a mim não engana. Você devia ser alguma amiguinha do príncipe e se aproveitou da inocência dele, está usando esse filhote nojento como uma oportunidade de virar rainha.
     - Você é mesmo um imbecil. Não vou perder meu tempo com você.
     - Nem eu, você pode ser futura rainha, mas jamais passará de uma leoa nojenta e suja!
     Nidra pulou no leão e começou a dar patadas no rosto dele. As leoas do grupo de caça tiraram Nidra de cime de Tarmak e começaram a rosnar para ela.
     - Porque o defendem?! Vocês ouviram o que ele disse!
     - A única coisa que ouvimos foi a verdade! - uma delas disse.
     - Servimos aos sangues reais! - outra continuou.
     - Você pode ser filha do rei convidado, mas cresceu com a ralé, por isso é um deles! - a primeira disse.
     - O que está acontecendo aqui?! - Nia rugiu.
     Nidra se curvou quando a rainha chegou, assim como grande parte do grupo de caça. Tarmak e algumas leoas não fizeram nada além de desviar o olhar.
     - Você era uma de nós! - uma leoa disse - Não é justo que seja rainha!
     - Eu não me esqueço de onde vim, Sena! É bom que não se esqueça também que fomos amigas! Você deveria ficar feliz por mim, não me odiar!
     Sena virou a cara.
     - Você não é digna do trono. - Tarmak respondeu.
     - O que é isso? Você é insolente demais, Tarmak! Aconselho que dobre essa língua ao falar comigo! E isso serve para todas! Se eu for desrespeitada novamente, o rei ficará sabendo disso! E mais, se eu souber que desrespeitaram a futura rainha, por menor ofensa que for, vocês irão se arrepender de uma forma que nem imaginam! Saiam todas, agora! E você, Tarmak, fique atento, meu marido pode não ver quem você é, mas eu e Nillmer vemos, garanto que Daian não permanecerá cego por muito tempo!
     Depois que as leoas e Tarmak foram embora, Nia se aproximou de Nidra, que chorava.
     - Machucaram você? Fizeram algo antes da minha chegada?
     - Não, está tudo bem. Obrigada por me defender, minha rainha.
     - Me chame de Nia, por favor. Olhe, tente não se importar com isso. Em breve você será rainha e vão aceita-la.
     - Mas não aceitam você, mesmo sendo rainha.
     - Eu acho que o tempo pode consertar isso, querida. Um dia eles verão que isso foi um erro e vão parar.
     - Você vai contar para o rei?
     - Se isso voltar a acontecer, terei que contar. Você não pode correr riscos.
     Nidra agradeceu e as duas subiram juntas para a caverna real. Nillmer a esperava com um sorriso no rosto.
     - Como foi? - ele perguntou.
     - Bem.
     - Só "bem"? O que sua irmã disse?
     - Que eu não tenho juízo e mais algumas coisas.
     - Ela vem para o casamento?
     - Sim, mas estou preocupada.
     - Com o que, exatamente?
     - O líder da província da futura rainha tem que comparecer ao casamento.
     - Hasir...
     - E o Haki, provavelmente.
     - Ele não pode fazer nada com você.
     - Não tenho medo dele me machucar, mas sim do que ele pode falar. E ainda tem essa coisa do meu pai, a Tharena ficou relutante em vir por causa dele. Tanta coisa pode dar errado...
     - Nidra, está tudo bem? Você me parece triste e nervosa, aconteceu alguma coisa?
     - Eu... Só to cansada e nervosa com tudo isso.
     - Não mente pra mim! Não aconteceu nada mesmo?
     - Não, sério, tá tudo bem.
     - As leoas trouxeram uma zebra, vamos pegar?
     - Eu vou dormir sem comer.
     - Não pode! Lembra que você "está grávida". - ele sussurrou - Você tem que comer. Olha, eu sei que você não tá bem e não quer me falar o que foi, então eu vou trazer algo pra você comer.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~NA PROVÍNCIA~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
       - Você deve ser o Haki, não é?
       - E você, quem é?
       - Celeste. Meu pai tem um acordo com o seu líder.
       - Ah, eu me lembro. Mas parece que não está mais de pé, já que você falhou.
       - Cale-se! Eu falhei porque você não soube segurar sua namoradinha!
       - O que você quer? - Haki rosnou.
       - Vim entregar uma mensagem do meu pai. Ele disse que o acordo ainda está de pé. Ele quer invadir mesmo assim.
       - Não sei se isso vai dar certo, meu tio tem suas dúvidas já que você não conseguiu cumprir sua tarefa de seduzir o príncipe e mata-lo.
       - E ainda posso mata-lo, ele não teve treinamento nenhum!
       - Mas Nidra teve. Ela acaba com você.
       - E ela está grávida, não pode lutar. Você tá preocupadinho com ela?
       - Não enche!
       - Sugiro que você pense rápido. O tempo está passando pra todos nós, e quanto mais demorar, mas difícil será para executarmos o plano. Talvez ela até volte correndo pra suas patas, isso só vai depender de você.



CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

sexta-feira, 5 de maio de 2017

The Kingdom - Part. XIV

Avisos iniciais - ^^
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     Houve muita discussão antes do sol raiar. Daian ficou furioso com Nillmer, mas não tinha muita escolha já que a parceira do filho estava esperando um filhote. Nia celebrou a gravidez e levou Nidra para conhecer o Rochedo, pois havia uma tradição de que todas as rainhas deveriam dar a luz ali, ao contrário de leoas normais que procuravam um lugar distante de onde moram. Celeste fugiu antes do sol nascer e ninguém viu para onde ela foi, mas todos sabiam que ela causaria problemas em breve, não era uma leoa de deixar as coisas baratas.
     Nidra e Nillmer dormiram juntos na caverna real, porém a leoa podia sentir o olhar do conselheiro em cima dela, o tempo todo. Tarmak não estava nada feliz com aquela união, era um ultraje aquela leoa ser a futura rainha, mesmo que tivesse sangue nobre, não passava de uma imunda da Província Não-Reclamada.
     - Bom dia, Nidra! Como você tá?
     - Acho que bem, muita coisa aconteceu. Eu preciso ir pra casa falar com a Tharena sobre tudo isso.

     - Eu vou com você.
     - Está louco? Sabe muito bem o que farão com você.
     - Não posso deixar você ir sozinha, e se o idiota do Haki aparecer?
     - Eu o coloco pra correr com o rabinho entre as pernas.
     - Você não pode se esforçar.
     - Não vou nem falar nada pra você. - ela riu - É melhor eu ir andando, guarde um pedaço da caça pra mim.
     - Você vai contar a verdade pra ela?
     - Talvez, querido.
     Nidra caminhou até a província. Aquele plano era uma loucura, mas estava funcionando até agora. A parte de explicar para Tharena com certeza seria a mais difícil.
     - VOCÊ O QUE? - Tharena gritou.
     - Fala baixo, caramba! - Nidra a repreendeu - Quer que Hasir ouça?
     - Eu tentei meter juízo nessa cabeça desde que você começou a correr e agora você me apronta essa? Um dia você vai me matar, menina! Vai me matar!
     - Calma, Tharena! Acho que ela sabe o que está fazendo. - Ishara sorriu.
    - Te desejo toda sorte do mundo, Nidra! - Booh se sentou ao lado da amiga - Você merece.
    - Bem, vocês vão ao meu casamento, não é? - Nidra perguntou. 
    - Você falou que o nosso amado e querido papai está no Rochedo, então acho que não. - Tharena revirou os olhos.
    - Tharena, por favor! Por mim! - Nidra fez uma carinha triste.
    - Ah, tá bom! Mas se ele se aproximar vai rolar morte!
    - Irei garantir isso. Ishara, Booh?
    - Pode contar comigo. - Ishara respondeu.
    - Eu não vou poder, Nidra. - Booh abaixou as orelhas.
    - Porque?!
    - Bom... O  príncipe quer se casar comigo. Daqui a dois ou três dias eu vou embora para o reino dele.
    - Nossa... Isso é ótimo, Booh! Você vai nos visitar, certo? - Tharena perguntou.
    - Claro que vou! Não vão se livrar de mim com tanta facilidade!
    Elas passaram o dia juntas, conversando. Quando a tarde caiu, Booh e Ishara saíram e Nidra e Tharena ficaram sozinhas.
    - Você pode enganar elas, mas não a mim. - Tharena olhou fixamente para a irmã. - Você não está grávida.
    - Ué, porque não?
    - Porque você terminou com o Haki recentemente. Você não é o tipo de leoa que trairia, por mais que odiasse o parceiro.
    - Tivemos que mentir para que eles aceitassem fazer o casamento. Além do mais, pode não ser mentira, pois nós já...
    - NIDRA!
    - Que foi?! Eu não sou mais uma filhote!
    - Você não tem jeito mesmo...
    Nidra estava se preparando para sair da província quando teve uma surpresa um tanto desagradável.
     - Ora, ora, ora! O que a futura rainha faz aqui? - Haki se aproximou.
    - O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta. 
    - Costumava a ser. E um dia voltará a ser assim.
    - Não tenho tempo pra discutir futuro com você.
    - Mas o seu futuro é comigo. E esse filhote que carrega... Você tem muitos inimigos, minha estrela. Se ele chegar a nascer, não vai durar 2 meses. 
    - Como ousa? - Nidra rugiu.
    - Só estou dizendo a verdade! Seu querido príncipe não vai conseguir te proteger contra tudo. Se o filhote fosse meu, ninguém iria conseguir tocar em você.
    - Graças aos reis, ele não é seu. E que os inimigos venham. Terei muito prazer em dizimar um por um, e quem TENTAR tocar no meu filhote, terá a morte mais lenta e dolorosa que existe. Ficarei muito feliz se os meus inimigos souberem disso, seja um bom mensageirinho e os avise.
    Haki rosnou e foi embora. Nidra não sabia porque havia ficado tão zangada quando o leão "ameaçou" seu filhote de mentira. Torcia para que esse instinto não a abandonasse quando ela realmente tivesse um filhote. Algo dentro dela a deixou imensamente feliz e ela foi para o Rochedo com um sorriso no rosto.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...