quinta-feira, 3 de março de 2016

O reinado de Uru - Part.VII

Avisos sobre o capítulo - EU SEI, EU SEI! QUASE DOIS MESES T-T
Desculpa mesmo gente, minhas aulas já começaram e digamos que está foda. Me perdoem mesmo pela demora, mas receio que esses "sumiços" sejam constantes agora, não poderei postar com tanta frequência. Mas vamos ao que interessa :P
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         - Taka... Uru não é sua mãe. Sua verdadeira mãe, Keira, está morta.
         - O que?!
         - Eu sei que é duro pra você, pra mim também é. Sinto muito, mas essa é a verdade, meu filho.
         - O senhor... Porque nunca me disse?! - Taka se zangou.
         - Achamos que era melhor assim...
         - Acharam mesmo? Eu tinha o direito de saber! Não podiam ter feito isso comigo! Uru nem é minha mãe e preciso aguentar todas as broncas e críticas dela? Agora entendo porque eu nunca serei tão bom quanto Mufasa!
         - Taka, isso sobre ser melhor que alguém não existe! Todos são iguais, todos tem sua função e um propósito na vida! Não quero ouvir você repetindo isso!
         - Sim senhor, papai! - Ele rosnou - Não precisa se preocupar.
          Taka saiu do local sem ao menos olhar no rosto do pai. As lágrimas transbordavam e seu rosto queimava. Não sabia muito bem pra onde ir, só sabia que queria ficar sozinho. Ele entrou na caverna dos ratos e se deitou, sem se preocupar com nada.
           Ahadi seguiu o filho. Ele estava triste por Taka reagir tão mal. Quando o pequeno filhote entrou na caverna de ratos, o rei achou melhor não segui-lo ou importuna-lo até o outro dia, pelo menos ele dormiria em um local seguro.
            Amanheceu lentamente. Uru estranhou em não encontrar o empecilho de sua vida(Taka) dentro da caverna e foi procura-lo. Entrando da caverna de ratos, ela cutucou o filhote sem a menor delicadeza, fazendo com que Taka se assustasse.
            - Queridinho, porque não dormiu na caverna ontem? Você é retardado ou o que?
            - Não precisa mais fingir, Uru. Eu já sei de tudo. Já sei que não é minha mãe. - Taka se levantou e bocejou.
            - Ah, então quer dizer que não preciso mais me importar? Pois bem. Fico muito feliz com isso.

             - É, não precisa. - Ele a olhou com tédio - Na verdade eu adoraria que você sequer se dirigisse a mim. Eu te odeio e quero que você morra.
             - Que adorável. Tão diferente da tola e ingênua mãe...
             - Não ouse falar da minha mãe, Uru.
             - Ela era minha irmã, pirralho. Sim, seu pai se casou com a irmã da sua mãe. Sabe porque? Porque ela era uma leoa inútil! Não podia ter filhotes. Que péssima rainha, não podia continuar a linhagem real!
             - Cale a boca, Uru!
             - Já que nem pra isso ela prestava, tive que me unir ao seu pai e lhe dar o Mufasa. Mas sua querida mamãe tinha que ser intrometida e ficar grávida de você. Você foi o culpado, sabia? Se não tivesse nascido, Keira jamais teria morrido.
             - Não sou obrigado a ouvir isso! Você é uma cascavel e eu irei abrir os olhos do meu pai!
             - Filhote tolo! - Ela sorriu - Não há o que fazer. Seu pai me ama e deixou o controle do reino em minhas patas! Eu sou a rainha, Pride Lands é minha, assim como será de Mufasa futuramente.
             - Este reino será meu, Uru. Não importa o que faça. Além do mais, não é você que escolhe o herdeiro.
             - Ahadi já escolheu Mufasa.
             - Tem certeza? Meu pai disse que escolheria o mais qualificado. E se eu mostrar que sou melhor que Mufasa? Todo seu joguinho vai por água abaixo.
            - Você jamais vai conseguir.
            - Ah é? Então me observe.
            Taka saiu da caverna, deixando Uru bem confusa. Ele não poderia se sair melhor que Mufasa em nada e ela iria garantir isso.
             Rowenna tentou conversar com Taka, mas era impossível. Ele estava sendo grosseiro e sarcástico, bem mais do que antes. A jovem leoa se estressou e foi embora, deixando o filhote agradecido.
              No cair da tarde, Taka voltou para a caverna. O tempo estava fechado e relâmpagos eram vistos por todo o céu da savana. Alguns minutos depois, Mufasa chegou para fazer companhia ao irmão.
            - Oi Taka! Não te vejo desde ontem de tarde, aconteceu alguma coisa?
            - Receio não ser uma boa companhia agora, Mufasa. Vá com a sua mãe e o papai.
            - Tá falando tão esquisito! - O filhote riu - O que foi? Aquele avestruz te perseguiu de novo e levou bicada no traseiro?
            - Não.
            - Brigou com a Rowenna ou com a Safi?
            - Não.
            - Levou bronca da mamãe?
            - Mas que diabo, Mufasa! Eu quero ficar sozinho! Saia daqui!
            - Não, pois agora que não saio mesmo! Não saio até que me conte o que há com você!
            - Eu não estou brincando! Quero ficar sozinho.
            - Taka, foi algo que a mamãe -
            - NÃO! Não foi nada que a sua querida mamãe fez!
            - Porque está falando desse jeito?
            - Porque Uru não é minha mãe! Minha mãe está morta! Sua mamãezinha me maltrata porque eu sou como a escória da família! O trono deveria ser meu, sou filho da verdadeira rainha! Mas não! Você sempre vai estar um degrau acima!
            - Taka, pare com isso, você está me assustando...
            - Cale a boca, Mufasa! Você não sabe o que eu estou passando! Não sabe como me sinto! Sua mãezinha terminou de acabar comigo hoje cedo e não preciso de você aqui me enchendo o saco! Você é um mimadinho idiota que não tem noção de nada!
            - Dobre sua língua, Taka! Está me deixando zangado, e eu não quero machucar você! Se falar mal de mim ou da minha mãe de novo, serei obrigado a te bater!
            - Tá vendo? Eu sempre serei o mais fraquinho e você o mais forte, sempre vai ser assim! Eu cansei disso, eu sou mil vezes melhor e mais inteligente que você. Eu serei rei! E Uru, aquela idiota, nunca vai conseguir passar por cima de mim denov -
            Taka não conseguiu terminar sua frase. Mufasa deu uma patada em seu rosto, com toda força que podia. O pequeno filhote rolou. Havia sangue pingando e raios caindo. Havia ódio e remorso nascendo...


             - Taka! Eu... Me desculpa! Eu não queria -
             - SAIA DAQUI!!!!
             Algumas lágrimas apareceram nos olhos de Mufasa. Ele sabia que tinha errado feio, e esse erro mudaria a vida de ambos. Taka o olhava de rabeira enquanto cobria um dos olhos com uma pata, escorria muito sangue dessa região.
              - PORQUE AINDA ESTÁ AQUI??! SAIA DA MINHA FRENTE!
               Mufasa estava paralisado. Depois de mais alguns gritos, ele saiu correndo. Pouco se importou com a tempestade devastadora que estava aconteceu.
              - EU TE ODEIO! - Taka gritava enquanto Mufasa, na chuva, corria para a pedra do rei e chorava desesperadamente - EU ODEIO VOCÊ, MUFASA!
               Após o "surto", Taka desabou no chão da caverna. Ele chorava demais, sem entender porque essas coisas estavam acontecendo. Foi então que ele sentiu algo encostando nele. Rowenna apareceu e deitou ao lado de Taka. Ela não disse uma palavra, apenas colocou a cabeça do filhote nas patas e lambeu seu olho, tirando o sangue dali. O pequeno iria protestar, mas estava sem forças. Apenas tentou relaxar e adormeceu.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...